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Antônio Vieira, em um dos seus sermões, compara a fase da maturidade ao outono. Ou seja, ao período dos frutos que antecede o inverno, que representa o tempo em que já não somos mais considerados necessários. Uns encaram essa etapa com a serenidade dos que estão conscientes de terem feito a sua parte. Outros, com indisfarçável amargura, pelo que deixaram de fazer. É naturalíssimo e saudável, porém, que assim seja, que ao cabo de certo tempo, cedamos lugar a uma nova geração. Vieira constata: "O ano tem tempo para as flores e tempo para os frutos. Por que não terá também o seu outono a vida? As flores, umas caem, outras secam, outras murcham, outras leva o vento; aquelas poucas que se pegam ao tronco e se convertem em frutos, só essas são as que duram, só essas são as que aproveitam, só essas são as que sustentam o mundo. Será bem que o mundo morra de fome? Será bem que os últimos dias se passem em flores?".
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