Thursday, June 24, 2010




A memória costuma nos pregar peças incríveis e se confiarmos cegamente nela, estaremos sujeitos a cair em ridículo, principalmente se, além de "desmemoriados", formos também teimosos. Daí a necessidade do historiador, que pretenda narrar os acontecimentos de maneira científica (se é que isso é possível), com milimétrica exatidão, de contar com um arquivo consistente, que registre os principais fatos com os detalhes essenciais, para que uma realidade que deseja preservar não seja transformada em mera ficção. Nem tudo (ou quase nada) do que "lembramos" aconteceu exatamente da maneira que achamos. O tempo deturpa detalhes, modifica circunstâncias, suprime ou acrescenta personagens e assim por diante, alterando pontos essenciais do acontecimento, embora tenhamos a convicção íntima de estarmos certos em nossa descrição. Em assuntos banais, nada disso tem muita importância. Mas quando se trata de algo sério...

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