Saturday, May 02, 2009

Soneto à doce amada - XX


Pedro J. Bondaczuk

Da janela contemplo as flores
que brotam, hoje, no meu jardim
e os matizes, aromas e cores
tão sutis, do azul ao carmim

sangram, quais punhais, a minha alma
que arde em chamas, tal qual um vulcão
e o orvalho que tomba na palma,
perpetua a minha solidão...

Recordando de ti, com carinho,
apesar da tristeza, é verdade,
e desta amargura que me invade,

não notei quando entrou, de mansinho,
como ave, que volta ao ninho,
minha amiga constante: a saudade...


(Soneto composto em Campinas, em 7 de fevereiro de 1967 e publicado na "Gazeta do Rio Pardo", em 1 de junho de 1968).

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