A imaginação exerce papel preponderante – diria, decisivo – na definição do conceito de beleza. Como diligente escultora, desbasta as imperfeições das formas de pessoas e coisas, tornando-as simétricas, bem-proporcionadas e com aparência de perfeitas, quando de fato não o são. Há uma certa confusão entre o que é belo ou, simplesmente, bonito, elegante, suntuoso, gracioso e atraente. Não se tratam de palavras sinônimas, mas de nomeações de conceitos bem diferentes entre si, embora possam parecer iguais. O artista, todavia, sabe fazer bem essa distinção. Vive correndo a vida toda atrás dessa coisa arredia e sutil, que é a beleza, para perpetuá-la em versos, imagens ou sons. O filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson constatou o seguinte, a esse propósito: “As coisas podem ser bonitas, elegantes, suntuosas, graciosas, atraentes, mas enquanto não falam à imaginação não são belas”. E não são mesmo.
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