Tudo o que nos cerca no mundo é incerto, duvidoso, passivo de comprovação. E quando comprovamos alguma coisa, a prova nunca é cabal, irretorquível, absolutamente convincente, sem nenhum aspecto obscuro carente de maior esclarecimento. Qual é a fonte dessa nossa compulsória incerteza? É, sem dúvida, o desconhecimento. Fôssemos oniscientes, não haveria o mínimo espaço para o duvidoso, o misterioso e o incerto. A ciência humana (ou o que entendemos como tal) ainda é muito rudimentar para nos dar já não digo todas as respostas, mas pelo menos as mais rudimentares. A todo o momento, conceitos tidos e havidos como verdadeiros, não raro como dogmas imutáveis, são derrubados e substituídos por novas descobertas. Até meados do século XIX, por exemplo, vírus e bactérias eram desconhecidos e as pessoas acreditavam sem pestanejar na “geração espontânea”. Foi preciso o trabalho paciente (e competente) de um Louis Pasteur para demonstrar que isso era absurdo.
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