Pedro J. Bondaczuk
Fiz uma lira de barro
perfeita em sua moldura
em que toda noite esbarro
meu sonho e minha ternura.
Para torná-la sublime
ousei, tal qual Prometeu,
cometer infame crime:
roubei o canto de Orfeu.
Mas o deus, pro meu castigo,
atou-me, dentro de mim,
sem amor e sem amigo.
Feros abutres, assim,
bicarão meu “ego antigo”
por longos tempos sem fim.
(Soneto composto em São Caetano do Sul, em 21 de abril de 1964).
Fiz uma lira de barro
perfeita em sua moldura
em que toda noite esbarro
meu sonho e minha ternura.
Para torná-la sublime
ousei, tal qual Prometeu,
cometer infame crime:
roubei o canto de Orfeu.
Mas o deus, pro meu castigo,
atou-me, dentro de mim,
sem amor e sem amigo.
Feros abutres, assim,
bicarão meu “ego antigo”
por longos tempos sem fim.
(Soneto composto em São Caetano do Sul, em 21 de abril de 1964).
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