O que nos dizem – dependendo do teor, circunstâncias e entonação – cala profundamente em nossa alma e nos acompanha por toda a vida, nos trazendo lembranças preciosas ou trágicas, alegres ou tristes, dependendo de quem, como e o quê nos foi dito. Daí termos que ter extremo cuidado sobre o que e a quem dizemos as coisas. Quem não se lembra, por exemplo, de alguma dura admoestação que levou, quando criança, e que considerou injusta? Ou de alguma palavra ferina de alguém a quem amava? Ou de determinada declaração de amor da pessoa amada? São vozes que ecoam vida afora na memória. Reitero: temos que pensar duas vezes antes de dizer o que quer que seja aos outros. Augusto Frederico Schmidt escreveu estes reveladores versos a respeito no poema “Retrato do desconhecido”: “Há vozes que aclaram o ser,/macias ou ásperas, vozes de paixão e de domínio,/vozes, de sonho, de maldição e de doçura”.
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