Nossas virtudes apenas são válidas, e produzem os efeitos benéficos que delas se esperam, se exercitadas publicamente. De nada vale, por exemplo, concedermos o perdão por alguma ofensa que tenhamos sofrido se o perdoado sequer tomar conhecimento dele. O mesmo vale em relação a alguma promessa que eventualmente fizermos. Já a bondade, só podemos exercitá-la publicamente, ajudando, de alguma forma, a alguém que necessite da nossa ajuda. Parece colocação óbvia, no entanto, muitos não se dão conta dela. A omissão neutraliza qualquer virtude que eventualmente tenhamos. Torna-a inócua e sem conseqüências. Não fomos feitos para a solidão e o isolamento. Somos parcelas de um grande todo e temos papel a exercer no contexto social do qual jamais podemos abrir mão. Hannah Arendt constata, no livro “A condição humana”: “Na solidão e no isolamento, o perdão e a promessa não chegam a ter realidade: são no máximo um papel que a pessoa encena para si mesma”.
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