Valorizamos em excesso esse simulacro de civilização que aí está e nos encantamos com os valores materiais que são seus fundamentos. Esquecemos que ela privilegia ínfima minoria, em detrimento da maioria, que vegeta na miséria, ignorância e violência, sem perspectivas de mudança para melhor. É fato que criticamos as injustiças, mas pouco, ou nada fazemos para mudar esse estado de coisas. O conforto da vida moderna nos amolece e neutraliza a fibra para lutar por ideais elevados. Essa “civilização” é um fracasso, quando se sabe que dois terços da humanidade vegetam nos limites da indigência para sustentar os desperdícios do um terço restante. Concordo com o poeta Gibran Khalil Gibran quando, em seu magnífico livro “O Profeta”, constata: “A civilização é uma árvore idosa e carcomida, cujas flores são a cobiça e o engano e cujos frutos são a infelicidade e o desassossego”. E será sempre assim, piorando de ano para ano, se não fizermos nada para mudá-la.
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