Thursday, March 20, 2008

Pena de morte em Roma - IV


Pedro J. Bondaczuk

(CONTINUAÇÃO)

Simbologia da cruz

Apesar de para os romanos a cruz ter sido um instrumento de punição de criminosos, e de para os judeus, símbolo de degradação, escavações arqueológicas mostram que muito antes da crucificação de Jesus Cristo, ela já tinha conotações sagradas para muitos povos.
Seus braços abertos representavam um abraço da divindade aos fiéis, num aconchego paternal. Na antiga Tróia, esses objetos já eram comuns. No local onde existiu essa cidade (tida, por muito tempo, como imaginária, fruto da criatividade do poeta Homero), foram descobertos discos de barro, que traziam cruzes estampadas.
Na América pré-colombiana, muito antes de terem entrado em contato com padres espanhóis, os aztecas já a utilizavam em seus amuletos e em inúmeros murais. Também para os indígenas, a cruz tinha conotação mágica, transcendental, sagrada, como tem para nós, cristãos.
Outros povos americanos usavam-na para fins religiosos. Os peles-vermelhas dos Estados Unidos foram um deles. Essa veneração pode ser localizada, virtualmente, em todos os continentes. No Egito antigo, por exemplo, o escaravelho era tido como um ser sagrado porque trazia estampado nas costas o desenho de uma cruz.
Para os budistas, apresentava um outro significado, diferente do nosso. Representava as pegadas de Sidarta Gautama, o Buda, em suas peregrinações. Os monges dessa religião costumavam desenhá-la num papel. Sempre que alguém morria, esse desenho era colocado sobre o peito do morto. Isso, para que a alma do falecido pudesse seguir os passos do seu mestre no Além e encontrar o estado de iluminação.
Objetos, similares aos achados nas ruínas de Tróia, foram descobertos em Herculano, que como Pompéia, foi sepultada pelas lavas do Vesúvio, em sua catastrófica erupção de 79 AD.

(CONTINUA)

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