As pessoas criativas “vêem” certa inteligência nas coisas, nos objetos inanimados, por mais triviais que pareçam, que lhes suscitam idéias inovadoras e maduras reflexões. Parecem dialogar, por exemplo, com uma cadeira, com um carro, com uma parede, com uma pedra ou com qualquer outra coisa sem vida. E não estão malucos, como se pode pensar. Para evitar más-interpretações, inclusive, mantêm em segredo esses exóticos exercícios mentais. Tais monólogos, porém, que lhes parecem diálogos, são frutos de uma imaginação fértil, inteligente e criativa. Foi Machado de Assis quem primeiro trouxe o assunto à baila, ao escrever, no romance “Quincas Borba”: “Quem conhece o solo e o subsolo da vida, sabe muito bem que um trecho de muro, um banco, um tapete, um guarda-chuva, são ricos de idéias ou de sentimentos, quando nós também o somos, e que as reflexões de parceria entre os homens e as coisas compõem um dos mais interessantes fenômenos da terra”.
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