Saturday, January 26, 2008

Feita de palavras


Pedro J. Bondaczuk

Minha poesia é bárbara, tosca, viril,
selvagem diamante não-lapidado,
dura e brilhante, terna e áspera,
encanta e inquieta, ri e chora.

Minha poesia é feita de metáforas,
imagens, cenários, raios-x,
pensamentos, reflexões, verdades,
anseios, lamentos, suspiros, palavrões.

É como ondas bravias
de tempestuosos mares,
volúpias, ódios e amores,
meteoros, cometas, constelações.

É como plácidas águas do lago,
traça círculos concêntricos sem-fim,
espelho primitivo de Narciso
fonte de vaidades, brilho e ilusões.

É como fúria indomável de vulcões,
lavas, gases e fumaça piroclástica,
assusta, inquieta, alerta, aterroriza,
é indomável, viril: é movida por paixões.

Intrincado jogo de xadrez, inquieta charada,
é dura, é terna, é violenta, é suave
conforme o momento e a circunstância.
Minha poesia é feita de metáforas,
de pedras, de flores, de lavas, de água
do bem, do mal, de pureza e de lascívia:
minha poesia é feita de palavras!

(Poema composto em Campinas, em 20 de janeiro de 2008).

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