A grande maioria das pessoas estabelece rumos equivocados às suas vidas. Valoriza o supérfluo, em detrimento do essencial. Exagera nos prazeres sensoriais, banalizando-os e deixando de usufruí-los na sua plenitude, em decorrência da exaustão. Afinal, tudo o que é demais enjoa. Opta-se pelo ter (mesmo sabendo que nunca temos, de fato, nada, dada nossa mortalidade) em detrimento do ser, que traria luz e beleza à vida e abriria as portas da felicidade, ao alcance de quem a queira conquistar. Certos estão os que amam, os seres sensíveis, que dedicam seu tempo na busca e na construção do que é belo, transcendente e justo. Pena que sejam poucos os que agem com essa sensibilidade, embora seja um caminho aberto a todos que o queiram trilhar. Cora Coralina encerra o magnífico poema “Rumos errados” com estes versos especiais a esse propósito: “Silêncio! Os namorados dormem./Os poetas cobriram as liras./Flutuam véus roxos/no espaço”.
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