Pedro J. Bondaczuk
A criatividade humana, a capacidade do homem de inventar, produzir e participar, nunca é limitada pelo tempo, desde que ele não perca o entusiasmo. Portanto, essa história de que uma pessoa se torna um estorvo depois de uma certa idade, é coisa para tolos.
Até porque, não há quem jamais envelheça, a menos, é claro, que venha a morrer ainda na juventude. O leitor Lázaro de Campos Faria, em carta ao Correio Popular, sugeria que as autoridades se preocupassem mais com o idoso, não somente no aspecto material, mas sobretudo programando atividades onde ele se sentisse útil e integrado à vida.
Na oportunidade, com 66 anos, ele próprio esbanjava vitalidade, participando e liderando várias campanhas comunitárias e inclusive praticando esportes – havia competido, por mais de dez anos consecutivos, na corrida de São Silvestre.
Exemplos de homens e mulheres que permanecem ativos até idade provecta existem em profusão. Sobral Pinto, que faleceu em janeiro de 1992, é um deles. Até seus últimos dias, o advogado ilustre manteve-se ativo na defesa das grandes causas.
Outro que poderia ser citado é Eugênio Gudin. Competência, nunca é demais ressaltar, não é uma questão cronológica, ou de sexo. Uma pessoa não é necessariamente melhor do que outra somente porque viveu mais ou menos. E nem porque é homem ou mulher. Embora isto seja bastante óbvio, muitos ainda não entenderam.
Tinha razão o senhor Faria quando defendia a tese de que os idosos precisavam se manter em atividade constante, inclusive mais do que os jovens, claro, evitando exageros físicos desnecessários. A tarefa, porém, deveria ser mais da própria comunidade do que do Poder Público.
A Unicamp, há já um bom tempo, lançou um interessante programa voltado para a chamada "terceira idade". O leitor sugeria, por exemplo, uma competição atlética destinada às pessoas com mais de 40 anos. Acreditava que, além do saudável exercício físico, haveria a questão da competitividade em jogo, sempre salutar, desde que restrita às normas éticas.
Não há nenhuma prova, de qualquer espécie, de que um trabalhador jovem seja mais apto do que um de mais idade. Pode produzir mais, é verdade, mas provavelmente com menos eficiência, já que carece de experiência. Trata-se, pois, de uma enorme e até perigosa tolice essa discriminação velada que existe – embora se negue constantemente – contra aqueles que são mais vividos.
O melhor antídoto contra o envelhecimento precoce, o mais salutar dos tônicos para conservar alguém sempre útil e produtivo, é o trabalho. É a motivação. É a certeza de estar fazendo algo que valha a pena. O publicitário Roberto Dualibi afirmou, certa ocasião: "Ninguém jamais morreu afogado em seu próprio suor".
Estamos vivendo uma era em que o culto ao corpo vem sendo exagerado, em detrimento daquilo que realmente caracteriza o ser humano e o distingue dos outros animais: a razão. Fagundes Varela, no poema "Acúsmata", definiu com rara felicidade o que é o homem de fato: "Somos a idéia, o sentimento, a essência/da criação inteira; a íntima nota/de quanto brilha, corre, canta e chora;/somos o fluido eterno, que circula,/envolve o globo, os seres..."
O corpo é somente o invólucro que envolve essa coisa preciosa e frágil que guarda o mistério da vida. Claro que ele deve ser preservado, mas nunca pelo seu valor em si, mas por abrigar em seu interior a inteligência, a "alma", a "razão", fator que transforma o homem de um animal qualquer, na imagem e semelhança da divindade, tenha ela que nome ou característica tiver.
A criatividade humana, a capacidade do homem de inventar, produzir e participar, nunca é limitada pelo tempo, desde que ele não perca o entusiasmo. Portanto, essa história de que uma pessoa se torna um estorvo depois de uma certa idade, é coisa para tolos.
Até porque, não há quem jamais envelheça, a menos, é claro, que venha a morrer ainda na juventude. O leitor Lázaro de Campos Faria, em carta ao Correio Popular, sugeria que as autoridades se preocupassem mais com o idoso, não somente no aspecto material, mas sobretudo programando atividades onde ele se sentisse útil e integrado à vida.
Na oportunidade, com 66 anos, ele próprio esbanjava vitalidade, participando e liderando várias campanhas comunitárias e inclusive praticando esportes – havia competido, por mais de dez anos consecutivos, na corrida de São Silvestre.
Exemplos de homens e mulheres que permanecem ativos até idade provecta existem em profusão. Sobral Pinto, que faleceu em janeiro de 1992, é um deles. Até seus últimos dias, o advogado ilustre manteve-se ativo na defesa das grandes causas.
Outro que poderia ser citado é Eugênio Gudin. Competência, nunca é demais ressaltar, não é uma questão cronológica, ou de sexo. Uma pessoa não é necessariamente melhor do que outra somente porque viveu mais ou menos. E nem porque é homem ou mulher. Embora isto seja bastante óbvio, muitos ainda não entenderam.
Tinha razão o senhor Faria quando defendia a tese de que os idosos precisavam se manter em atividade constante, inclusive mais do que os jovens, claro, evitando exageros físicos desnecessários. A tarefa, porém, deveria ser mais da própria comunidade do que do Poder Público.
A Unicamp, há já um bom tempo, lançou um interessante programa voltado para a chamada "terceira idade". O leitor sugeria, por exemplo, uma competição atlética destinada às pessoas com mais de 40 anos. Acreditava que, além do saudável exercício físico, haveria a questão da competitividade em jogo, sempre salutar, desde que restrita às normas éticas.
Não há nenhuma prova, de qualquer espécie, de que um trabalhador jovem seja mais apto do que um de mais idade. Pode produzir mais, é verdade, mas provavelmente com menos eficiência, já que carece de experiência. Trata-se, pois, de uma enorme e até perigosa tolice essa discriminação velada que existe – embora se negue constantemente – contra aqueles que são mais vividos.
O melhor antídoto contra o envelhecimento precoce, o mais salutar dos tônicos para conservar alguém sempre útil e produtivo, é o trabalho. É a motivação. É a certeza de estar fazendo algo que valha a pena. O publicitário Roberto Dualibi afirmou, certa ocasião: "Ninguém jamais morreu afogado em seu próprio suor".
Estamos vivendo uma era em que o culto ao corpo vem sendo exagerado, em detrimento daquilo que realmente caracteriza o ser humano e o distingue dos outros animais: a razão. Fagundes Varela, no poema "Acúsmata", definiu com rara felicidade o que é o homem de fato: "Somos a idéia, o sentimento, a essência/da criação inteira; a íntima nota/de quanto brilha, corre, canta e chora;/somos o fluido eterno, que circula,/envolve o globo, os seres..."
O corpo é somente o invólucro que envolve essa coisa preciosa e frágil que guarda o mistério da vida. Claro que ele deve ser preservado, mas nunca pelo seu valor em si, mas por abrigar em seu interior a inteligência, a "alma", a "razão", fator que transforma o homem de um animal qualquer, na imagem e semelhança da divindade, tenha ela que nome ou característica tiver.
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