Há quem afirme, com arrogância, que tem os pés sempre presos ao terreno da realidade e não se entrega às fantasias. Tolice. Todos nos valemos, em um momento o outro, da imaginação. Povoamos nossas mentes de sonhos e de ilusões. Ser humano algum resistiria a meros minutos de realidade pura. Reinventamos, a cada momento, a vida. Com essa reinvenção, lhe damos sabor e beleza. Claro que tudo é questão de dosagem. Quem se limita a viver sonhos e fantasias, sem atentar ao o que ocorre ao redor, aliena-se do mundo e não é levado a sério. Em contraposição, se houvesse quem vivesse a realidade nua e crua, seria amargo, descrente e cruel. Enlouqueceria. Daí a natureza nos haver dotado de inteligência e sensibilidade e da capacidade de imaginar e sonhar. Destaco, a propósito, estes versos do belíssimo poema de Cecília Meireles, “Reinvenção”: “Mas a vida, a vida, a vida,/a vida só é possível/reinventada”. Reinventemo-la cada vez melhor!
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