A capacidade de fazer concessões é uma arte, atributo, principalmente, dos diplomatas, e nos exige muito cuidado e criteriosa análise. Há pontos em que podemos, e até devemos, ceder, por não trazerem nenhuma espécie de dano a nós e aos quais eventualmente representarmos. Há outros, porém, em que temos que nos manter intransigentes. Estes, por exemplo, são os que se referem à ética e à moral. Nesses dois campos do comportamento não há como fazer concessões. Nenhum ponto que se refira a ambos pode ser considerado pequeno, e por isso, descartável. Se cedermos neles, estaremos, certamente, violentando nossas consciências. O Prêmio Nobel de Literatura de 1998, o português José Saramago, alerta a esse respeito, no seu “Ensaio sobre a cegueira”: “As pessoas começam por ceder nas pequenas coisas e acabam por perder o sentido da vida”. Esse, sem dúvida, é o maior risco e o grande e irreparável erro que muitas pessoas cometem e que não comporta reparações.
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