Temos que pôr paixão em tudo o que fizermos, não importa se essa obra for de caráter material, intelectual, filosófico ou artístico. Claro que essa chama, esse entusiasmo, essa fúria de concretizar o que existe só em nossa mente tem que ser “temperada” com outros ingredientes, como razão, prudência e bom-senso. A paixão, em si, em seu estado natural, é selvagem e muitas vezes incontrolável. Tende a alucinar quem não sabe dosar sua intensidade. Mas sem ela, nenhuma das nossas obras parecerá, aos mais atentos (e, de fato, não o será), com alma, verdade e autenticidade. Mesmo que perfeita, na forma e na concepção, soará falsa, artificial e sem vida. Edgar Morin constata, em um de seus textos, a esse respeito: “Sabíamos que as paixões podiam alucinar, mas convém, também, dizer que podem iluminar”. E é essa iluminação que transforma o que fazemos em obras-primas que desafiam o tempo e a sucessão de gerações.
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