Wednesday, November 14, 2007

REFLEXÃO DO DIA


A memória é nosso real patrimônio, a única coisa que nos resta até nosso derradeiro sopro de vida. Tudo o mais se perde, se esfacela, murcha, fenece e desaparece. Generosa, a memória tem uma característica peculiar: é seletiva. Apaga (ou atenua) as lembranças dos momentos ruins pelos quais passamos, de perdas, aflições e grandes sofrimentos. Em contrapartida, perpetua os episódios felizes, aos quais, além disso, dá um toque todo especial, fazendo com que as alegrias, sucessos e episódios de felicidade nos pareçam maiores e melhores do que de fato foram. Por isso, a memória constitui-se no cerne da nossa personalidade. Devemos cultivá-la com carinho, constância e muito cuidado, pois será ela que irá nos encantar e consolar em nossos derradeiros dias. Jorge Luís Borges constata, num de seus livros: “Somos nossa memória. Somos esse quimérico museu de formas inconstantes, esse montão de espelhos partidos”. E, acaso, não somos?!

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