Pedro J. Bondaczuk
A tomada da Bastilha, a famosa prisão de Paris, que abrigava presos políticos (entre bandidos comuns), foi uma tomada de consciência das pessoas para a necessidade e a importância dos direitos humanos. Até então, não havia nenhum código normativo a esse respeito. O cidadão era tratado como simples número, peça descartável de uma diabólica engrenagem que o transcendia e o tiranizava. Em muitas partes ainda o é. O evento é, sobretudo, um marco na evolução dos povos. Não apenas o da França, obviamente, mas de todo o mundo. Trazemos o assunto à baila a propósito da solicitação de um leitor, que nos pede que expliquemos não as conseqüências (sobejamente conhecidas) desse fato, que passou para a história como o início da Revolução Francesa, mas as suas causas. E estas centralizaram-se, basicamente, naquilo que ainda hoje, na virada do terceiro milênio da Era Cristã, é bastante comum em várias partes do Planeta: a revolta do indivíduo contra a tirania do Estado.
A tomada da Bastilha foi uma espécie de "basta", dado pela sociedade francesa de fins do século XVIII, contra os abusos da monarquia e dos senhores feudais que lhe davam sustentação. O rei Luiz XVI, para manter o luxo da corte, recorreu ao aumento abusivo dos impostos, para reabastecer os falidos cofres públicos. A tributação excessiva tornou insustentável tanto a atividade dos pequenos artesãos nas cidades, quanto dos raros pequenos agricultores no campo. A maior parte das terras estava, ainda, nas mãos dos senhores feudais. O repasse dos tributos encareceu de tal forma o custo de vida, que a maioria das pessoas do povo não tinha como comprar sequer alimentos.
Os camponeses, desestimulados, deixaram de plantar. Houve um período de fome generalizada. As dívidas se acumulavam e centenas de pessoas eram presas por não poderem saldar seus débitos. Enquanto isso, a corte desperdiçava dinheiro, em faustosas festas, que eram uma agressão ao povo, faminto e desesperado. Desde quando Luiz XIV estabeleceu o célebre "L'Etat c'est moi" ("O Estado sou eu"), as instituições dependiam exclusivamente da vontade do rei. Os direitos humanos eram uma ficção. A monarquia tinha poderes de vida e morte sobre os cidadãos. A principal prisão de Paris, a Bastilha, estava abarrotada de pessoas cujo crime maior era não saldar suas dívidas, por absoluta impossibilidade. Os altos impostos cobrados dos artesãos fizeram com que estes despedissem seus empregados. O desemprego era generalizado e milhões de famílias não contavam com qualquer fonte de renda.
Motins espalharam-se por toda a França, sob o comando de anônimos líderes populares, movidos mais pelo desespero, do que por eventual ideologia. Mas os soldados do rei reprimiam com dureza esses protestos. Os que não eram mortos, iam parar nas masmorras da Bastilha. Por esses tempos, contudo, circulavam idéias novas por todo o país, ressaltando que o indivíduo era mais importante do que o Estado. Este deveria servi-lo, e não o contrário. Estava em fermentação uma Revolução, que eclodiu quando o povo resolveu pôr fim a essa cínica tirania, atacando seu maior símbolo: a temível prisão de Paris.
Em 14 de julho de 1789, uma multidão enfurecida, armada com paus, foices, pedras e uma ou outra arma de guerra da época, marchou, ao som da Marselhesa, rumo à Bastilha. Os soldados ainda tentaram deter a avalanche. Logo foram mergulhados num mar humano e, por questão de prudência, bateram em retirada. Os portões da prisão-fortaleza vieram facilmente abaixo. "Allons enfants de la patrie/ le jour de gloire est arrivé...". "Avante filhos da pátria. O dia de glória chegou", cantava a multidão, logo engrossada pelos que deixavam a masmorra. Nunca mais a França e o mundo foram os mesmos depois desse dia...
A tomada da Bastilha, a famosa prisão de Paris, que abrigava presos políticos (entre bandidos comuns), foi uma tomada de consciência das pessoas para a necessidade e a importância dos direitos humanos. Até então, não havia nenhum código normativo a esse respeito. O cidadão era tratado como simples número, peça descartável de uma diabólica engrenagem que o transcendia e o tiranizava. Em muitas partes ainda o é. O evento é, sobretudo, um marco na evolução dos povos. Não apenas o da França, obviamente, mas de todo o mundo. Trazemos o assunto à baila a propósito da solicitação de um leitor, que nos pede que expliquemos não as conseqüências (sobejamente conhecidas) desse fato, que passou para a história como o início da Revolução Francesa, mas as suas causas. E estas centralizaram-se, basicamente, naquilo que ainda hoje, na virada do terceiro milênio da Era Cristã, é bastante comum em várias partes do Planeta: a revolta do indivíduo contra a tirania do Estado.
A tomada da Bastilha foi uma espécie de "basta", dado pela sociedade francesa de fins do século XVIII, contra os abusos da monarquia e dos senhores feudais que lhe davam sustentação. O rei Luiz XVI, para manter o luxo da corte, recorreu ao aumento abusivo dos impostos, para reabastecer os falidos cofres públicos. A tributação excessiva tornou insustentável tanto a atividade dos pequenos artesãos nas cidades, quanto dos raros pequenos agricultores no campo. A maior parte das terras estava, ainda, nas mãos dos senhores feudais. O repasse dos tributos encareceu de tal forma o custo de vida, que a maioria das pessoas do povo não tinha como comprar sequer alimentos.
Os camponeses, desestimulados, deixaram de plantar. Houve um período de fome generalizada. As dívidas se acumulavam e centenas de pessoas eram presas por não poderem saldar seus débitos. Enquanto isso, a corte desperdiçava dinheiro, em faustosas festas, que eram uma agressão ao povo, faminto e desesperado. Desde quando Luiz XIV estabeleceu o célebre "L'Etat c'est moi" ("O Estado sou eu"), as instituições dependiam exclusivamente da vontade do rei. Os direitos humanos eram uma ficção. A monarquia tinha poderes de vida e morte sobre os cidadãos. A principal prisão de Paris, a Bastilha, estava abarrotada de pessoas cujo crime maior era não saldar suas dívidas, por absoluta impossibilidade. Os altos impostos cobrados dos artesãos fizeram com que estes despedissem seus empregados. O desemprego era generalizado e milhões de famílias não contavam com qualquer fonte de renda.
Motins espalharam-se por toda a França, sob o comando de anônimos líderes populares, movidos mais pelo desespero, do que por eventual ideologia. Mas os soldados do rei reprimiam com dureza esses protestos. Os que não eram mortos, iam parar nas masmorras da Bastilha. Por esses tempos, contudo, circulavam idéias novas por todo o país, ressaltando que o indivíduo era mais importante do que o Estado. Este deveria servi-lo, e não o contrário. Estava em fermentação uma Revolução, que eclodiu quando o povo resolveu pôr fim a essa cínica tirania, atacando seu maior símbolo: a temível prisão de Paris.
Em 14 de julho de 1789, uma multidão enfurecida, armada com paus, foices, pedras e uma ou outra arma de guerra da época, marchou, ao som da Marselhesa, rumo à Bastilha. Os soldados ainda tentaram deter a avalanche. Logo foram mergulhados num mar humano e, por questão de prudência, bateram em retirada. Os portões da prisão-fortaleza vieram facilmente abaixo. "Allons enfants de la patrie/ le jour de gloire est arrivé...". "Avante filhos da pátria. O dia de glória chegou", cantava a multidão, logo engrossada pelos que deixavam a masmorra. Nunca mais a França e o mundo foram os mesmos depois desse dia...
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