Deveríamos “visitar-nos” com mais freqüência, se possível diariamente. Deveríamos penetrar em nosso íntimo e conferir o que, de fato, somos, pensamos e queremos. Raros são os que fazem esse saudável exercício. Por isso, não se conhecem. Manda a prudência que façamos balanço permanente dos nossos pensamentos e sentimentos e que renovemos, dia a dia, o “estoque” de idéias, descartando as ineficazes e colhendo, onde for possível, as nobres, positivas e construtivas. O ato de escrever proporciona essa oportunidade. É uma responsabilidade imensa esse exercício de registrar conceitos e emoções para transmitir ao próximo. Afinal, o texto tende a nos sobreviver não raro por séculos e até milênios após nossa morte. Pode tanto testemunhar a nosso favor, quanto depor contra nós. Fernando Pessoa define desta forma o ato de escrever: “Quando escrevo, visito-me solenemente”. Que tal nos “visitarmos” sempre, com ou sem solenidade?
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