As palavras são mesmo ambíguas e quase nunca definem, com rigorosa exatidão, conceitos e circunstâncias. Tomemos, como exemplo, dois verbos: desejar e querer. Para a maioria absoluta das pessoas, tratam-se de sinônimos. Contudo, de fato, não são. Há algumas nuances, algumas filigranas, que os distinguem e diferenciam. Desejar, por exemplo, é atitude passiva, que não implica em nenhuma ação complementar. Já o querer é mais forte. É ativo, é dinâmico, é impositivo e vem acompanhado, sempre, de atos concretos para a obtenção do que se quer. Claro que nem sempre resulta em sucesso, mas essa é uma outra história. Não por acaso, o povo diz que “querer é poder”. Já desejar... Não passa, apenas, disso: de mero desejo e nada mais. Alexandre Herculano foi muito feliz ao traçar a seguinte distinção, que quase nunca nos damos conta, dos dois verbos em questão: “É erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos; a vontade vence-os”.
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