Equivocam-se os que pensam que a felicidade seja uma coisa concreta, uma espécie de objeto, cuja posse proporcione permanente satisfação e bem-estar. Trata-se, na verdade, de um estado de espírito, de uma predisposição da alma para se satisfazer com que se tem, se é ou com onde se está. Conheço pessoas bafejadas pela fortuna, que têm tudo o que alguém possa desejar: bens materiais, saúde, afeto, reconhecimento. Mas, pelo próprio semblante, se percebe que são sumamente infelizes. Conheço, também, o outro lado da moeda, ou seja, indivíduos paupérrimos, doentes, solitários, mas em cujos olhos brilha uma chama de perpétuo encantamento com a vida. Para nossos padrões de “felicidade”, pode parecer, até, paradoxo, mas não é. Os primeiros, são eternos insatisfeitos e sequer sabem o que querem. Os segundos, são agradecidos pelo privilégio maior: o fato de estarem vivos. Herman Hess afirma, com inegável bom-senso, a respeito: “Felicidade é um como, não um quê”.
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