Saturday, June 07, 2008

Soneto à doce amada - IV


Pedro J. Bondaczuk

Viu, doce amada, como o beijo cálido
que ainda há pouquinho nós dois trocamos
deixou-nos deslumbrados, como estamos,
e trouxe nova cor ao meu rosto pálido?

Viu, como as amarguras desta vida
se adoçam, se transformam plenamente,
quando a alma permanece inocente
e pura, e de bondade revestida?

Viu, amada, como os rudes caminhos
do mundo prontamente se amenizam
quando trocamos beijos e carinhos?

Sem as tristezas que os caracterizam,
os dias são tão calmos, tão mansinhos,
tão macias as pedras que os pés pisam!

(Soneto composto em Campinas, em 24 de fevereiro de 1969).

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