Saturday, June 14, 2008

Soneto à doce amada - V


Pedro J. Bondaczuk

Minha doce amada, o tempo implacável
nos aniquila momento a momento
e um dia rouba o derradeiro alento,
pois nada existe que seja durável.

Os astros que brilham no firmamento,
e o universo, julgado infinito,
têm seu futuro atado, circunscrito
aos grilhões do tempo, que escoa lento.

Nada escapa à fúria destruidora,
à ação corrosiva que leva ao nada
da entidade que criou a vida.

Resta, porém, a emoção duradoura
do amor, chama que jamais é perdida,
força viva, que é sempre renovada.

Campinas, 14 de fevereiro de 1969

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