O ser humano é um feixe de contradições e quanto mais o analisamos, mais perplexos e surpresos ficamos com os extremos que o caracterizam. Oscila entre o tétrico e o sublime, a santidade e o máximo da maldade, entre o desprendimento e o cúmulo do egoísmo. O bem e o mal duelam constantemente, ao longo de toda a nossa vida, no interior da nossa alma e, a qualquer momento, um deles pode triunfar e determinar nossa trajetória final no mundo. Ou seja, fazer com que venhamos a ser lembrados (se o formos) pelos pósteros como anjos ou como demônios, dependendo do teor das nossas ações. O filósofo Blaisé Pascal expressa, com precisão, sua perplexidade diante do paradoxo, face às contradições humanas. Escreve: “Que quimera é o homem? Que novidade, que monstro, que caos, que sujeito de contradições, que prodígio! Juiz de todas as coisas, verme imbecil; depositário da verdade, fossa de incerteza e de erro; glória e nojo do universo. Quem é capaz de desvendar esta embrulhada?”.
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