Amizade, coleguismo e companheirismo, ao contrário do que pensam os desavisados, não são sinônimos e, portanto, são condições diferentes. Colegas nos são impostos pelas circunstâncias, pela convivência (às vezes forçada) no trabalho, escola, locais de lazer etc. Podem, claro, com o tempo, se tornar amigos, mas podem, também, se transformar em nossos mais ferozes inimigos. Para sermos companheiros de alguém, não precisamos sequer conhecê-lo. Os que fazem uma viagem (de ônibus, avião ou navio), convivem, durante o trajeto, com a companhia de dezenas de pessoas, das quais não sabem absolutamente nada. Já o amigo é fruto de escolha consciente e racional e é precioso demais para ser confundido com colega ou companheiro. Carlos Drummond de Andrade constata a respeito: “Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz”.
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