Pedro J. Bondaczuk
O caminho para o sucesso pode ser comparado a uma escada. O grande prêmio está sempre no topo e, para alcançá-lo, precisamos subir degrau por degrau, ora com velocidade, ora penosamente, passo a passo, dependendo da nossa capacidade e das circunstâncias. Mas é quase impossível alcançá-lo de uma só vez.
São raros, raríssimos os casos de uma pessoa vir a ser bem-sucedida, seja no que for, de súbito, num único golpe de “sorte”. O mais comum é sua conquista do sucesso bem devagarinho, com bastante trabalho e, sobretudo, com persistência. Não raro, tropeçamos em um degrau e se faz necessário retroceder.
Os vitoriosos, porém, sabem recuar na hora certa, quando necessário, e recomeçar a jornada, sem vacilações ou desânimo. Viemos ao mundo com algum objetivo, que temos a obrigação de descobrir qual é, e cumprir essa missão com competência e entusiasmo. Uma coisa é certa: não viemos a passeio.
Temos uma obra a realizar e quanto mais extensa, e perfeita, e boa, e útil ela for, maior será o nosso valor. A vida não comporta ociosidade e muito menos omissões. Nosso valor pessoal não está, pois, na nossa origem, na família de que procedemos e na importância dos nossos ancestrais. Muito menos na fortuna que herdarmos (o que é mais comum) ou amealharmos (o que é cada vez mais raro). Está em nossa conduta, na capacidade de pensar, construir, realizar e, sobretudo, servir.
Muitos fracassam na vida e se tornam pesos-mortos, porque não se dão conta dessa realidade. Antônio Vieira, em um dos seus mais agudos sermões, constatou: “Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos nos dias em que fazemos. Nos dias em que não fazemos apenas duramos”. E é sumamente humilhante o fato de apenas “durarmos”, e não “existirmos” para o mundo e até para nossas famílias.
Para uma vida útil e produtiva, que se caracterize por algo mais nobre do que a mera sobrevivência física, precisamos ter um alvo, uma determinada meta, algo que nos desafie e nos mobilize. Temos que nos empenhar ao máximo, com disciplina, garra e dedicação, para atingir essa culminância, sem desânimos e nem esmorecimentos.
Não podemos, todavia, assim que alcancemos o sucesso, nos acomodar e achar que já fizemos a nossa parte. Nunca fazemos. Nossa missão jamais termina. Não, pelo menos, antes da nossa morte. Há sempre novos desafios, novas empreitadas, novas conquistas a empreender. É a isso que classifico de “viver”, e não meramente de sobreviver.
Nunca canso de afirmar, de reiterar e de enfatizar que devemos pôr paixão em tudo o que fizermos, não importa o tamanho e a relevância da tarefa. Temos que ser, sobretudo, apaixonados pela vida e viver cada segundo com máxima intensidade e vigor. Somente assim conseguiremos explorar adequadamente nosso potencial, que é muito maior do que podemos imaginar.
Devemos colocar paixão em todos os nossos afazeres, quer se trate da administração de um lar, de um relacionamento afetivo, do cultivo de um jardim, da partilha de uma amizade ou de um amor, da confecção de algum objeto ou da composição de uma sinfonia ou epopéia. Nada é pequeno para quem tem grandeza de alma, para quem encara a vida como deve ser sempre encarada – com deleite e encantamento – e que põe chispas pelos olhos nos momentos de ação.
Muitos argumentam, não sem uma forte dose de razão, que para concretizarmos nosso potencial e realizar as grandes obras que sonhamos, carecemos de oportunidades. É fato. Não raro, as circunstâncias conspiram contra nós e põem em nosso caminho obstáculos imensos, que nos parecem intransponíveis. Os tíbios, desanimam e ficam pelo caminho. Os fortes, porém, os determinados, os movido pelo fogo de sadia paixão, criam suas próprias oportunidades, sem esperar que ninguém o faça por eles.
Alguns grandes homens tiveram vidas sumamente turbulentas, de obstáculos e até de tragédias. Podemos citar Beethoven e sua surdez (o que é trágico para um músico). Ou Van Gogh e seus problemas mentais, além do estigma do fracasso com que teve que conviver já que, em vida, vendeu somente dois quadros, ambos para o irmão Theo e terminou seus dias num hospício (santa loucura!). Ou Dostoievsky e sua epilepsia. Ou Hellen Keller, cega e surda. Ou tantos e tantos seres infelizes, contudo revestidos de grandeza, hoje amados e reverenciados de forma consensual.
Pergunto: o sofrimento tornou vãs suas vidas? De jeito algum! Essas pessoas especiais, posto que infelizes, superaram as circunstâncias negativas, forjaram suas oportunidades e nos legaram obras de valor inestimável. Conquistaram a imortalidade. Permanecem como gigantes do pensamento e do sentimento.
Seremos lembrados (ou não) no futuro pelo que fizermos de útil, permanente e construtivo para a comunidade em que vivemos. Quem pensa só em si, sem se preocupar com o próximo, pode até ter uma vida de conforto e satisfações pessoais, mas esse estado será passageiro. Quando encerrar sua biografia, ela será mesquinha, sem graça e vazia.
Quem deixar uma obra consistente e semear gentileza, solidariedade e cooperação, colherá a gratidão dos contemporâneos e a admiração da posteridade. Enquanto estamos vivos, temos a oportunidade de fazer alguma coisa marcante.
Mário Lago, que em idade avançada trabalhava com o entusiasmo de um menino, justificou, quando questionado, a razão do seu empenho: “O meu tempo é este tempo, porque minha biografia ainda está aberta”. Podemos fazer a mesma afirmação. Nosso tempo não é o passado e nem o futuro, mas o agora. E a nossa biografia está aberta. Façamo-la excepcional!
O caminho para o sucesso pode ser comparado a uma escada. O grande prêmio está sempre no topo e, para alcançá-lo, precisamos subir degrau por degrau, ora com velocidade, ora penosamente, passo a passo, dependendo da nossa capacidade e das circunstâncias. Mas é quase impossível alcançá-lo de uma só vez.
São raros, raríssimos os casos de uma pessoa vir a ser bem-sucedida, seja no que for, de súbito, num único golpe de “sorte”. O mais comum é sua conquista do sucesso bem devagarinho, com bastante trabalho e, sobretudo, com persistência. Não raro, tropeçamos em um degrau e se faz necessário retroceder.
Os vitoriosos, porém, sabem recuar na hora certa, quando necessário, e recomeçar a jornada, sem vacilações ou desânimo. Viemos ao mundo com algum objetivo, que temos a obrigação de descobrir qual é, e cumprir essa missão com competência e entusiasmo. Uma coisa é certa: não viemos a passeio.
Temos uma obra a realizar e quanto mais extensa, e perfeita, e boa, e útil ela for, maior será o nosso valor. A vida não comporta ociosidade e muito menos omissões. Nosso valor pessoal não está, pois, na nossa origem, na família de que procedemos e na importância dos nossos ancestrais. Muito menos na fortuna que herdarmos (o que é mais comum) ou amealharmos (o que é cada vez mais raro). Está em nossa conduta, na capacidade de pensar, construir, realizar e, sobretudo, servir.
Muitos fracassam na vida e se tornam pesos-mortos, porque não se dão conta dessa realidade. Antônio Vieira, em um dos seus mais agudos sermões, constatou: “Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos nos dias em que fazemos. Nos dias em que não fazemos apenas duramos”. E é sumamente humilhante o fato de apenas “durarmos”, e não “existirmos” para o mundo e até para nossas famílias.
Para uma vida útil e produtiva, que se caracterize por algo mais nobre do que a mera sobrevivência física, precisamos ter um alvo, uma determinada meta, algo que nos desafie e nos mobilize. Temos que nos empenhar ao máximo, com disciplina, garra e dedicação, para atingir essa culminância, sem desânimos e nem esmorecimentos.
Não podemos, todavia, assim que alcancemos o sucesso, nos acomodar e achar que já fizemos a nossa parte. Nunca fazemos. Nossa missão jamais termina. Não, pelo menos, antes da nossa morte. Há sempre novos desafios, novas empreitadas, novas conquistas a empreender. É a isso que classifico de “viver”, e não meramente de sobreviver.
Nunca canso de afirmar, de reiterar e de enfatizar que devemos pôr paixão em tudo o que fizermos, não importa o tamanho e a relevância da tarefa. Temos que ser, sobretudo, apaixonados pela vida e viver cada segundo com máxima intensidade e vigor. Somente assim conseguiremos explorar adequadamente nosso potencial, que é muito maior do que podemos imaginar.
Devemos colocar paixão em todos os nossos afazeres, quer se trate da administração de um lar, de um relacionamento afetivo, do cultivo de um jardim, da partilha de uma amizade ou de um amor, da confecção de algum objeto ou da composição de uma sinfonia ou epopéia. Nada é pequeno para quem tem grandeza de alma, para quem encara a vida como deve ser sempre encarada – com deleite e encantamento – e que põe chispas pelos olhos nos momentos de ação.
Muitos argumentam, não sem uma forte dose de razão, que para concretizarmos nosso potencial e realizar as grandes obras que sonhamos, carecemos de oportunidades. É fato. Não raro, as circunstâncias conspiram contra nós e põem em nosso caminho obstáculos imensos, que nos parecem intransponíveis. Os tíbios, desanimam e ficam pelo caminho. Os fortes, porém, os determinados, os movido pelo fogo de sadia paixão, criam suas próprias oportunidades, sem esperar que ninguém o faça por eles.
Alguns grandes homens tiveram vidas sumamente turbulentas, de obstáculos e até de tragédias. Podemos citar Beethoven e sua surdez (o que é trágico para um músico). Ou Van Gogh e seus problemas mentais, além do estigma do fracasso com que teve que conviver já que, em vida, vendeu somente dois quadros, ambos para o irmão Theo e terminou seus dias num hospício (santa loucura!). Ou Dostoievsky e sua epilepsia. Ou Hellen Keller, cega e surda. Ou tantos e tantos seres infelizes, contudo revestidos de grandeza, hoje amados e reverenciados de forma consensual.
Pergunto: o sofrimento tornou vãs suas vidas? De jeito algum! Essas pessoas especiais, posto que infelizes, superaram as circunstâncias negativas, forjaram suas oportunidades e nos legaram obras de valor inestimável. Conquistaram a imortalidade. Permanecem como gigantes do pensamento e do sentimento.
Seremos lembrados (ou não) no futuro pelo que fizermos de útil, permanente e construtivo para a comunidade em que vivemos. Quem pensa só em si, sem se preocupar com o próximo, pode até ter uma vida de conforto e satisfações pessoais, mas esse estado será passageiro. Quando encerrar sua biografia, ela será mesquinha, sem graça e vazia.
Quem deixar uma obra consistente e semear gentileza, solidariedade e cooperação, colherá a gratidão dos contemporâneos e a admiração da posteridade. Enquanto estamos vivos, temos a oportunidade de fazer alguma coisa marcante.
Mário Lago, que em idade avançada trabalhava com o entusiasmo de um menino, justificou, quando questionado, a razão do seu empenho: “O meu tempo é este tempo, porque minha biografia ainda está aberta”. Podemos fazer a mesma afirmação. Nosso tempo não é o passado e nem o futuro, mas o agora. E a nossa biografia está aberta. Façamo-la excepcional!
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