Pedro J. Bondaczuk
As circunstâncias da vida, não raro, nos separam das pessoas que mais gostamos: da amada, dos parentes e dos amigos. Com o passar do tempo, chegamos ao ponto de sermos esquecidos pelos que mais carinho nos dedicavam. E não se trata de falsidade. Isso ocorre por causa da atenção que precisam dedicar a uma nova realidade, que irá lhes exigir o máximo de concentração.
Fico pensando, cá com meus botões, quantos dos meus amigos atuais, que tanto apreço e consideração me dedicam, que me criticam, corrigem, orientam, mas também elogiam o que vêem de bom na minha conduta, obra e pessoa, um dia deixarão de manter contato comigo. Serão afetos a menos que me serão dedicados, o que reputo como imensa, senão irreparável perda.
Muitos, talvez, se lembrem eventualmente de mim. Outros, provavelmente, irão me esquecer de vez e quando meu nome for acaso mencionado, farão força, em vão, para se lembrar de quem se trata. Não se lembrarão. A vida é assim mesmo. É feita de encontros e desencontros, de perdas e ganhos, quer materiais, quer espirituais.
Ninguém gosta de ser criticado, ainda mais quando a crítica é impertinente e injusta. Mas gostamos de elogios, mesmo que não-merecidos e partidos de pessoas suspeitas para opinar a nosso respeito, ou seja, nossos amigos. Não raro, porém, nossos críticos, mesmo que tenham a intenção de nos destruir, nos prestam grande favor. Apontam nossas falhas, vulnerabilidades e contradições.
Se seus ataques forem injustos, todos perceberão e se solidarizarão conosco. Se as falhas que apontarem não existirem, servirão de alerta para que não as cometamos. Se forem pertinentes, possibilitarão que façamos correção de rumos e venhamos a nos aperfeiçoar. Já os elogios... são perigosos se não estivermos preparados para recebê-los.
Não há formas de saber se são sinceros ou não. É verdade que algumas bajulações são tão grosseiras e explícitas que até o mais ingênuo dos ingênuos as identifica. Outras, porém, são revestidas de tamanha sutileza que se tornam verossímeis. Nelas é que mora o perigo. Se não estivermos preparados para receber esse tipo de elogio, corremos o risco da acomodação. E, pior, de nos conservarmos em erro e descambarmos para o ridículo, se o que estivermos fazendo for errado ou inadequado. Por isso, não há como discordar de Sigmund Freud, que afirmou: “Podemos nos defender de um ataque, mas somos indefesos a um elogio”.
Buscamos, é fato, e com justiça, reconhecimento por nosso talento, virtudes, obras e boas ações. Trata-se de atitude normal e, sobretudo, humana, desde que não levada a extremos. Alguns, todavia, sofrem quando não são reconhecidos (ou entendem que não o sejam) na devida medida. Tolice. Temos é que confiar em nós e ter consciência do próprio valor, à revelia das opiniões alheias.
Quem pratica suposto ato de bondade, à espera de reconhecimento, ou de qualquer espécie de recompensa, na verdade não está sendo bom. Está, sim, sendo negociante, vendendo talentos e atos. Não devemos, pois, nos deixar cegar pelo orgulho e pela vaidade.
Não há regra fixa que nos garanta o êxito pessoal. O fator primordial para que qualquer empreendimento chegue a bom-termo é justamente o reconhecimento alheio. E esse é muito complicado para ser obtido. Aos nossos próprios olhos podemos ser sábios, valentes, nobres ou virtuosos. Mas isto apenas será verdadeiro, será consensual, será aceito se for reconhecido pelos que nos rodeiam.
Há pessoas que são afetadas por natureza e procuram mostrar, invariavelmente – em conversas e, principalmente, em atos – que são mais do que de fato são. A todo o momento, caem em ridículo, mas não se emendam. Continuam achando que são superiores a tudo e a todos. Quando alertadas a respeito, mostram afetação ainda maior, tornando-se desagradáveis, ou melhor, insuportáveis, e nem se dão conta disso. São o que o vulgo chama de “chatos”. Pedantes, convencidas, essas pessoas assumem ares de oniscientes e irritam o mais calmo dos calmos cidadãos. São dignas de pena, mas não percebem.
Há palavras que salvam, que constroem, que redimem e que consolam, registrando fatos e feitos históricos, expressando idéias, produzindo reflexões, desvendando sentimentos, despertando emoções e criando beleza. Mas há também as que matam, as que ferem, as que corrompem, as que destroem, as que despertam violência e ira e que produzem intensa dor. Depende de quem, quando e como as expressa. Há críticos, por exemplo, que acham que só fazem bem seu trabalho quando criticam, mesmo o que não seja criticável. Alguns sequer entendem o que estão criticando. E não agem assim por maldade, mas por puro hábito, quando não por ignorância.
É verdade, como alertou Sigmund Freud, que somos indefesos a um elogio. Mas nem sempre temos condições de nos defender de um ataque, como ele afirma, especialmente quando este vem de poderosos e de seu séqüito de puxa-sacos. Não nego que as críticas são úteis e necessárias para a nossa correção de rumos e nosso crescimento. Mas, cá pra nós, pouca coisa no mundo é mais agradável e compensadora do que um bom elogio, notadamente quando temos consciência de que somos merecedores dele. Quem é que não gosta de ser elogiado?
As circunstâncias da vida, não raro, nos separam das pessoas que mais gostamos: da amada, dos parentes e dos amigos. Com o passar do tempo, chegamos ao ponto de sermos esquecidos pelos que mais carinho nos dedicavam. E não se trata de falsidade. Isso ocorre por causa da atenção que precisam dedicar a uma nova realidade, que irá lhes exigir o máximo de concentração.
Fico pensando, cá com meus botões, quantos dos meus amigos atuais, que tanto apreço e consideração me dedicam, que me criticam, corrigem, orientam, mas também elogiam o que vêem de bom na minha conduta, obra e pessoa, um dia deixarão de manter contato comigo. Serão afetos a menos que me serão dedicados, o que reputo como imensa, senão irreparável perda.
Muitos, talvez, se lembrem eventualmente de mim. Outros, provavelmente, irão me esquecer de vez e quando meu nome for acaso mencionado, farão força, em vão, para se lembrar de quem se trata. Não se lembrarão. A vida é assim mesmo. É feita de encontros e desencontros, de perdas e ganhos, quer materiais, quer espirituais.
Ninguém gosta de ser criticado, ainda mais quando a crítica é impertinente e injusta. Mas gostamos de elogios, mesmo que não-merecidos e partidos de pessoas suspeitas para opinar a nosso respeito, ou seja, nossos amigos. Não raro, porém, nossos críticos, mesmo que tenham a intenção de nos destruir, nos prestam grande favor. Apontam nossas falhas, vulnerabilidades e contradições.
Se seus ataques forem injustos, todos perceberão e se solidarizarão conosco. Se as falhas que apontarem não existirem, servirão de alerta para que não as cometamos. Se forem pertinentes, possibilitarão que façamos correção de rumos e venhamos a nos aperfeiçoar. Já os elogios... são perigosos se não estivermos preparados para recebê-los.
Não há formas de saber se são sinceros ou não. É verdade que algumas bajulações são tão grosseiras e explícitas que até o mais ingênuo dos ingênuos as identifica. Outras, porém, são revestidas de tamanha sutileza que se tornam verossímeis. Nelas é que mora o perigo. Se não estivermos preparados para receber esse tipo de elogio, corremos o risco da acomodação. E, pior, de nos conservarmos em erro e descambarmos para o ridículo, se o que estivermos fazendo for errado ou inadequado. Por isso, não há como discordar de Sigmund Freud, que afirmou: “Podemos nos defender de um ataque, mas somos indefesos a um elogio”.
Buscamos, é fato, e com justiça, reconhecimento por nosso talento, virtudes, obras e boas ações. Trata-se de atitude normal e, sobretudo, humana, desde que não levada a extremos. Alguns, todavia, sofrem quando não são reconhecidos (ou entendem que não o sejam) na devida medida. Tolice. Temos é que confiar em nós e ter consciência do próprio valor, à revelia das opiniões alheias.
Quem pratica suposto ato de bondade, à espera de reconhecimento, ou de qualquer espécie de recompensa, na verdade não está sendo bom. Está, sim, sendo negociante, vendendo talentos e atos. Não devemos, pois, nos deixar cegar pelo orgulho e pela vaidade.
Não há regra fixa que nos garanta o êxito pessoal. O fator primordial para que qualquer empreendimento chegue a bom-termo é justamente o reconhecimento alheio. E esse é muito complicado para ser obtido. Aos nossos próprios olhos podemos ser sábios, valentes, nobres ou virtuosos. Mas isto apenas será verdadeiro, será consensual, será aceito se for reconhecido pelos que nos rodeiam.
Há pessoas que são afetadas por natureza e procuram mostrar, invariavelmente – em conversas e, principalmente, em atos – que são mais do que de fato são. A todo o momento, caem em ridículo, mas não se emendam. Continuam achando que são superiores a tudo e a todos. Quando alertadas a respeito, mostram afetação ainda maior, tornando-se desagradáveis, ou melhor, insuportáveis, e nem se dão conta disso. São o que o vulgo chama de “chatos”. Pedantes, convencidas, essas pessoas assumem ares de oniscientes e irritam o mais calmo dos calmos cidadãos. São dignas de pena, mas não percebem.
Há palavras que salvam, que constroem, que redimem e que consolam, registrando fatos e feitos históricos, expressando idéias, produzindo reflexões, desvendando sentimentos, despertando emoções e criando beleza. Mas há também as que matam, as que ferem, as que corrompem, as que destroem, as que despertam violência e ira e que produzem intensa dor. Depende de quem, quando e como as expressa. Há críticos, por exemplo, que acham que só fazem bem seu trabalho quando criticam, mesmo o que não seja criticável. Alguns sequer entendem o que estão criticando. E não agem assim por maldade, mas por puro hábito, quando não por ignorância.
É verdade, como alertou Sigmund Freud, que somos indefesos a um elogio. Mas nem sempre temos condições de nos defender de um ataque, como ele afirma, especialmente quando este vem de poderosos e de seu séqüito de puxa-sacos. Não nego que as críticas são úteis e necessárias para a nossa correção de rumos e nosso crescimento. Mas, cá pra nós, pouca coisa no mundo é mais agradável e compensadora do que um bom elogio, notadamente quando temos consciência de que somos merecedores dele. Quem é que não gosta de ser elogiado?
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