Monday, March 19, 2007
TOQUE DE LETRA
Pedro J. Bondaczuk
(Fotos: Do site oficial da A. A. Ponte Preta e de Wander Roberto da VIPCOMM)
FALTOU “PUNCH” AO ATAQUE DA PONTE
Faltou “punch”, isto é, contundência, ao ataque da Ponte Preta, no jogo de sábado, da Macaca, contra o São Paulo, no Morumbi, que redundou na derrota por 1 a 0. O time até que se comportou bem no sistema defensivo, parando os atacantes são-paulinos, com ótima atuação dos zagueiros Emerson e Anderson e, notadamente, do jovem goleiro Dênis. Todavia, a peça ofensiva, ressentida, certamente, da ausência de Roger, produziu muito aquém do que poderia. As duas únicas chances reais de gol que teve, desperdiçou, por falta de concentração (ou de confiança) primeiro de Finazzi e, posteriormente, de Anderson Luiz. É verdade que, mais uma vez, a arbitragem interferiu no resultado final do jogo, deixando de assinalar um pênalti claríssimo do lateral Ilsinho sobre o ala pontepretano Fernando. Queiram ou não, os árbitros, sejam novatos, sejam veteranos, vêem a cor da camisa, no momento de assinalar os lances mais agudos. Ocorresse a jogada faltosa na área da Ponte Preta, a favor do tricolor e, certamente, o homem do apito teria assinalado. Ainda assim, gostei da atuação do time, a despeito da derrota. Afinal, o adversário não era nenhum timinho, mas o poderoso São Paulo que, desde setembro do ano passado, não sabe o que é uma derrota.
NO COBIÇADO GRUPO DOS 8
O que parecia um delirante sonho para a torcida bugrina, na estréia do técnico Carbone, na goleada diante do Rio Preto, por 5 a 0, se tornou grata e surpreendente realidade para o Guarani, após quatro vitórias consecutivas. Ou seja, a subida na tabela e a colocação no cobiçado “Grupo dos 8”, das equipes que vão disputar o acesso à Série A-1 do Campeonato Paulista na próxima fase. Foi uma seqüência histórica do Bugre, revertendo uma situação que chegou a ser desesperadora em certos momentos. É verdade que nos dois últimos jogos, ambos no Brinco, o time não se houve lá muito bem. O importante, contudo, é que venceu essas partidas – por 2 a 1, na quarta-feira, o Comercial de Ribeirão Preto e por um magro, mas importante, 1 a 0, ontem, quando derrotou o lanterninha da competição, o novato Osvaldo Cruz – mesmo jogando muito aquém das suas reais possibilidades. A classificação para a fase decisiva do campeonato, agora, está nas mãos do Guarani. Uma vitória em casa, diante da Internacional de Limeira, e um empate – ou frente ao São José, ou, no último compromisso dessa fase, sobre o Atlético Sorocaba – vai concretizar o que no início da temporada parecia apenas um sonho. Grande virada, portanto, esta do Bugre, que vai entrar para a sua história, com ou sem a obtenção da vaga.
TESTE DE FOGO PARA O ATUAL PLANTEL
A Ponte Preta tem, à sua frente, uma seqüência “infernal” de jogos, para definir sua sorte no Campeonato Paulista. A série começa neste fim de semana, quando o time enfrenta, em Bauru, o tinhoso e badalado Noroeste. Em seguida, pega, em casa, o bom Paulista de Jundiaí e o líder da competição, o Santos. Na penúltima rodada, vai a Marília e termina sua participação nesta fase do Campeonato contra o Sertãozinho, no Moisés Lucarelli. Caso vença todos esses jogos, estará entre os quatro melhores. Se fracassar, será mais uma competição que irá passar em brancas nuvens. Difícil? Sem dúvida! Impossível de ultrapassar esses obstáculos? Não! O time, mesmo sem ser brilhante, tem mostrado bastante eficiência nas mãos do técnico Nelsinho Baptista. É certo que ainda apresenta algumas deficiências, e nos três compartimentos da equipe. Na defesa, por exemplo, o setor direito tem mostrado muita fragilidade, com as dificuldades que André Cunha tem na marcação. O meio de campo joga muito recuado e os atacantes recebem poucas bolas em condições de arremate. Todavia, a Ponte evoluiu muito, em relação ao início da competição e, com um pouco mais de futebol, e um tantinho assim de sorte, pode surpreender todo o mundo e furar os prognósticos da crônica esportiva. Tomara que surpreenda, para queimar a língua desses cronistas parciais!
MURALHA VERDE DO BRINCO
A peça que mais evoluiu no Guarani, nas mãos do técnico José Luis Carbone, foi, sem dúvida, o seu setor defensivo ou, mais especificamente, sua zaga. Lino, Xandão e Danilo Silva estão tão entrosados que até parece que jogam juntos há anos, e não apenas há poucas semanas. E, nas raras ocasiões em que falharam, o goleiro Buzzetto fez verdadeiros milagres debaixo dos três paus, só faltando fazer chover. Com a defesa cumprindo o seu papel, nem é preciso o ataque jogar tanto. Um golzinho isolado, que pode até ser de bola parada (como aconteceu com a falta bem batida por Danilo Silva, contra o Comercial, ou com o pênalti cobrado com eficiência por Macaé, contra o Osvaldo Cruz), para o time somar três pontos a seu favor. Era o que faltava, por exemplo, ao Bugre nas mãos de Waguinho Dias: competitividade. Não adianta a equipe dar exibição se não consegue vencer. O que conta, claro, são as vitórias, não importa o placar ou a forma como é obtida. O Guarani, portanto, está no caminho certo. Desde que, claro, a defesa mantenha a atual invulnerabilidade.
ARANHA ESTÁ DE VOLTA
O goleiro Aranha, que sofreu uma grave contusão no jogo que a Ponte Preta perdeu para o Vila Nova, de Nova Lima, em Belo Horizonte, pela Copa do Brasil, já está recuperado e pronto para lutar pela camisa titular da equipe. E agora, o que Nelsinho Baptista fará? Afinal, o garoto Dênis vem apresentando atuações convincentes e, contra o São Paulo, mais uma vez, fez uma brilhante partida. Eu, se fosse o treinador, deixaria as coisas como estão. É verdade que Aranha perdeu a titularidade não por deficiência técnica, mas em decorrência de uma fatalidade, de acidente de jogo. Nada, todavia, justifica uma mudança neste momento. O garoto Dênis segurou a oportunidade que lhe apareceu com as duas mãos e não apenas correspondeu às expectativas, como as superou em muito. Quem ganha, sem dúvida, é a Ponte Preta, que pode contar, nesta reta final do Campeonato Paulista e no Brasileiro da Série B, com três ótimos goleiros (já que Vitor, procedente do Vitória, tem mostrado, nos treinos, que se tiver uma oportunidade, pode barrar seus dois companheiros de posição).
INTERIOR TEM QUE FICAR ESPERTO
Os clubes do interior, notadamente aqueles que fazem boa campanha no Campeonato Paulista, casos específicos do Noroeste, do Paulista, do São Caetano e do Bragantino, têm que ficar espertos nesta reta final da fase de classificação. Dois dos bichos-papões, considerados grandes, da Capital, Palmeiras e Corinthians, têm possibilidades reais de se classificar para as finais, ao lado de São Paulo e de Santos, virtualmente garantidos para a disputa do título. O alviverde do Parque Antártica, por exemplo, depois dos 4 a 2 que aplicou, ontem, sobre o Sertãozinho, na casa do adversário, já é um dos quatro primeiros classificados. Já o chamado “Timão” (que há muito não faz jus ao apelido), venceu, nos descontos, o Noroeste por 2 a 1 e renovou suas esperanças de chegar no G-4. Temo, sobretudo, pelas arbitragens, em favor do Palmeiras e do Corinthians. E se isso acontecer, certamente a bairrista crônica esportiva paulistana fará vistas grossas. Uma final, envolvendo os chamados quatro grandes, levará, certamente, muito cronista da Capital ao orgasmo. Todo cuidado, portanto, é pouco, para os principais times do interior. Não sei porque, mas tenho a impressão que “já vi esse filme”.
RESPINGOS...
· O baixinho Romário, com os três gols que marcou no sábado, contra o Boa Vista, está a apenas dois do seu milésimo. Não ficarei nada surpreso se o polêmico goleador atingir a marca histórica, que tanto persegue, no clássico do próximo domingo, no Maracanã, diante do Flamengo. Afinal, é o cenário perfeito para isso.
· O Paulista de Jundiaí, que na semana passada derrotou o Noroeste, em plena Bauru, ontem levou uma “chinelada” do Bragantino e foi goleado por 4 a 1.
· Dos quatro times que subiram neste ano para a Séria A-1 do Paulistão, o Guaratinguetá é o único que disse a que veio. Na pior das hipóteses, vai disputar o título do interior.
· O Santos continua impossível. Ontem, jogando com um time misto, derrotou o Ituano, em Itu, por 2 a 1. Em termos de plantel, não fica nada a dever ao poderoso São Paulo.
· O Fluminense não toma jeito mesmo. Foi o time grande do Rio que mais contratou nesta temporada. Todavia, não consegue engrenar. Ontem, perdeu, de novo, desta vez para o Botafogo, no Maracanã, por 1 a 0. E foi pouco!
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
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