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Jorge Luís Borges tinha uma fixação – e explorou-a com muita destreza e maestria em seus contos e poemas – por labirintos, máscaras e tigres. Da minha parte, os objetos pelos quais sempre tive obsessão e que são temas constantes em meus textos são: o relógio e o espelho. Não cito, necessariamente, esses dois instrumentais – um para a medição do tempo, tendo por referencial a estrela responsável pela vida na Terra, o Sol, e o outro para refletir a nossa imagem e nos mostrar como somos e como estamos dia após dia – mas os tenho sempre presentes, subjetivamente, realçando o simbolismo do seu significado para o homem: a efemeridade humana. Somos transitórios, como um raio que corta o céu, em uma tempestade. Em curtíssima fração de "segundo cósmico" (em relação à eternidade), como num piscar de olhos, brilhamos subitamente e desaparecemos em seguida, a maioria sem deixar um único vestígio da nossa passagem.
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