Thursday, March 08, 2007

TOQUE DE LETRA




Pedro J. Bondaczuk

(Fotos: Do site oficial da A. A. Ponte Preta)

TIME COMEÇA A GANHAR PADRÃO DE JOGO

Com a chegada de Roger, e com o técnico Nelsinho Batista podendo utilizar dois meias criativos, ou seja, Heverton e Castor, a Ponte Preta, finalmente, começa a ganhar padrão de jogo (o que não tinha há já muito tempo) e os bons resultados já estão aparecendo. Foi o caso, ontem, da convincente vitória da Macaca, em Itu, por 2 a 1, sobre o bom Ituano, a segunda consecutiva neste Campeonato Paulista. É verdade que o time ainda apresenta as mesmas deficiências defensivas, frutos da má-colocação da zaga na área, notadamente nas jogadas aéreas. A exemplo do que havia acontecido no domingo, diante do Santo André, a defesa voltou a levar gol de cabeça, desta vez na cobrança de escanteio. No desarme, até que a dupla Zacarias e Alexandre Black se saiu muito bem. O meio de campo, porém, com a entrada de Heverton e, posteriormente, de Castor, que o substituiu, ganhou nova dinâmica, se tornando muito mais criativo. E no ataque, Roger, motivado e prestigiado pelo treinador, que lhe deu a faixa de capitão da equipe, voltou a jogar muito bem, a exemplo do que havia feito contra o Santo André, e foi premiado com um gol de bela feitura. Felizmente, o time mostra nítida evolução técnica e num momento decisivo da competição. Isso enche a torcida de esperanças de que este time, que começou o campeonato desacreditado, tem tudo para lhe dar uma grande e agradabilíssima surpresa. Amém!!!

SOPRO DE JUVENTUDE NO BUGRE

Os meninos do Brinco voltaram a surpreender, positivamente, o sofrido torcedor bugrino, ontem, na vitória do Guarani, em seus domínios, sobre o vice-líder da Série A-2, o União São João, por 2 a 0. Os comandados de Carbone jogaram com personalidade, garra e muita vontade e atropelaram o time de Araras, que pode se dar por satisfeito por não ter deixado Campinas com outra goleada no lombo (no domingo, foi impiedosamente surrado pelo Botafogo, em Ribeirão Preto, por 6 a 1). Claro que é muito cedo para euforia. Alguns setores da imprensa campineira agem como aqueles loucos ciclotímicos: descambam da depressão (quase catatonia) para a mais desbragada euforia, quando se trata de Guarani. Calma, minha gente, o Bugre ainda não ganhou nada! Venceu, apenas, a terceira partida, das doze que disputou na Série A-2, o que, convenhamos, não o credencia a nutrir sonhos mais ambiciosos. Sejam objetivos e deixem a euforia para a torcida. Ouso dizer que, tivesse Waguinho Dias feito o que Carbone fez, ou seja, recheado o time titular com vários jovens valores, o Guarani estaria disputando, hoje, não a mera fuga do rebaixamento, mas a ponta da tabela. Enfim...

PONTE, FINALMENTE, SE REFORÇOU

Finalmente, a Ponte Preta trouxe reforços de fato para o seu plantel, e não meros coadjuvantes, que tenham vindo a Campinas, apenas, para fazer número, como ocorreu em tantas outras oportunidades. A vinda de Roger, por exemplo, foi uma aposta de risco, sem dúvida, face às más-performances dessa jovem promessa no tempo em que passou primeiro no São Paulo e, posteriormente, no Palmeiras. Mas o atleta, em seu retorno ao Majestoso, vestiu, de fato, a camisa do time que o projetou para o futebol, com evidentes vantagens para ambas as partes. A expectativa da torcida, agora, fica por conta da estréia do meia atacante Rafael Fusca, procedente do Taquaritinga. Dizem maravilhas desse jogador que, se for tudo isso que falam, vai resolver todos os problemas ofensivos da equipe. O goleiro Vítor, por seu turno, tem demonstrado, nos treinos, que está à altura do menino Denis, que não parece disposto a desperdiçar a oportunidade que recebeu. E, sobre Gabriel, não é preciso acrescentar nada. Trata-se de um bom zagueiro que, estranhamente, não vingou nem no Palmeiras, nem no Fluminense. Isso acontece. Comenta-se que estaria praticamente certa a vinda do bom meia armador do Mogi Mirim, o Robinho, para a disputa do Campeonato Brasileiro. Se vier, que seja bem-vindo ao Majestoso.

O MELHOR NÃO ESTREOU

Dos novos jovens valores revelados nas categorias de base do Guarani, que vêm correspondendo plenamente às expectativas da torcida e que, com sua entrada, mudaram, para muito melhor, o perfil técnico do time, aquele que é considerado o melhor deles ainda não estreou. Trata-se do atacante Bruno Poá, que pelo menos nos juniores do Bugre, mostrou que tem “cheiro de gol”. E a peça ofensiva bugrina, todos sabem, é o calcanhar de Aquiles da equipe, o compartimento apresenta as maiores deficiências. Tanto que os artilheiros do Guarani, na Série A-2, não são atacantes. São o volante Macaé (que fez dois gols, ambos de pênalti) e o ala direita Lucas, que também foi duas vezes às redes adversárias. É muito pouco, convenhamos, para um clube que já teve matadores sensacionais em sua história, como Careca, Edmar, Evair, Djalminha, Edílson, Renato, Jorge Mendonça e tantos e tantos outros atacantes que se consagraram no País e no exterior. Bruno Poá está se condicionando fisicamente e, com certeza, com uma vontade enorme de entrar no time. Tomara que ele seja aquele matador de que o Guarani tanto carece.

ZAGA DE BOA QUALIDADE

Os sucessivos gols de cabeça que a Ponte Preta vem tomando preocupam a torcida, que se lembra da tragédia que foi a defesa pontepretana em anos anteriores, notadamente em 2006. Não vejo, porém, maiores motivos para preocupação. Com a vinda de Gabriel, o time passa a contar com zagueiros de reconhecida capacidade técnica, como os experientes Anderson e Emerson, o jovem Alexandre Black e o esforçado e eficiente Zacarias. Como se vê, o setor está bem-guarnecido. O que falta, ainda, é o indispensável entrosamento entre eles, o que, certamente, virá com a seqüência de jogos. Quanto aos gols de cabeça que a Ponte tem tomado, é uma deficiência fácil de se corrigir. Não se trata de nenhum problema técnico, mas apenas de colocação correta na área. E de diálogo entre os zagueiros, claro. Por qualquer aspecto que se encare, portanto, os atuais zagueiros da Macaca são muitos furos superiores aos de anos anteriores. Anotem esta observação e me cobrem, digamos, dentro de noventa dias.

MADUREIRA TREMEU NO MARACANÃ

Ainda não foi desta vez que o modesto Madureira chegou ao título da Taça Guanabara. O time suburbano carioca mostrou, no jogo decisivo de ontem, no Maracanã, as mesmas deficiências dos times chamados pequenos quando têm que decidir títulos diante das equipes tradicionais do futebol brasileiro: tremeu na base. Assustou-se com um Maracanã lotado pela maior torcida do Brasil. Chegou a abrir o marcador, mas antes dos quinze minutos, já havia tomado três gols e se perdeu em campo. O resultado de 4 a 1, portanto, fez justiça ao time que estava, psicologicamente, melhor condicionado para a decisão. É uma raridade um time pequeno conquistar um título e nem tanto por inferioridade técnica. Casos como da Internacional de Limeira, do Bragantino e do São Caetano; em São Paulo, ou do Ipatinga, em Minas Gerais, são raríssimos. Os pequenos, via de regra, nadam, nadam, nadam e morrem na praia. Que o diga a Ponte Preta, detentora de quatro vice-campeonatos paulistas, que nunca conseguiu dar essa alegria à torcida, principalmente em anos que tinha times muitíssimo superiores, tecnicamente, aos de seus badalados adversários (no caso, o São Paulo, duas vezes, e o Corinthians, outras tantas).

RESPINGOS...

· A torcida palmeirense quase não teve tempo de curtir a vitória de domingo, por 3 a 0, sobre o Corinthians. Ontem, o time voltou à normalidade e perdeu para o Noroeste, em pleno Parque Antártica, por 2 a 1.
· O São Caetano mostrou, ontem, que está levando a sério a possibilidade de conquistar mais um título estadual. Perdia o jogo para o Paulista, em Jundiaí, por 2 a 0, até os 40 minutos do segundo tempo. Em cinco minutos, porém, o Azulão fez dois gols e voltou para o ABC com um importante empate.
· E o Corinthians? Nem com a ajuda da arbitragem conseguiu vencer o apenas esforçado Marília, com o qual empatou, no interior, por 1 a 1.
· No Rio Grande, o Grêmio caminha, a passos largos, para a conquista do bicampeonato estadual. Seu maior rival, o campeão do mundo Internacional, decepciona e ainda não garantiu sequer a classificação para a fase final.
· Um time que precisa ser observado com bastante atenção, na Série B do próximo Campeonato Brasileiro, é o Criciúma. O clube, que revelou o técnico Felipão para o futebol mundial, está arrebentando em Santa Catarina! Olho nele!!!

* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.


pedrojbk@hotmail.com

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