Saturday, March 24, 2007

Mundo novo


Pedro J. Bondaczuk

Pra fugir dos desenganos
e do tempo, infame e louco,
dos sofrimentos humanos
que aniquilam, pouco a pouco,
a vida do mais incauto,
construí um mundo novo.
Um mundo próspero e lauto,
sem rei, coroa ou povo.

As ruas não têm esquinas,
as casas são pequeninas
e as praças são roseirais.

O sol não vê seu poente,
o amor não fica doente
nem morre ao tempo passar.

Lá nunca houve tristeza.
O meu mundo é só beleza,
poesia e muita emoção.

Criei um céu com estrelas
de inefáveis sentimentos,
de bondade e simpatia.

E nele gravei um nome,
que o vento sempre repete
na copa dos pinheirais.

Gravei um nome canção...
Um nome pra repetir
com carinho e devoção,
pra sempre, na eternidade:
gravei teu nome, Nair!

Hoje ainda vago a esmo.
Na tarde fria se perde
a saudade de mim mesmo...

(Poema composto em São Caetano do Sul, em 15 de julho de 1964).


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