Futuro oculto
Pedro J. Bondaczuk
O futuro está na iminência de, mais uma vez, metamorfosear-se bem diante de nossos olhos. Vai se tornar, numa fração de tempo tão ínfima que não pode sequer ser mensurada, presente e, sem aviso ou delongas, em seguida, se consolidar em caudaloso e infinito passado. Em poucas horas, mais um ano ficará na lembrança, com o surgimento de um novo a nos desafiar a preenchê-lo de alegrias, sucessos e felicidade.
Essa é, pois, excelente oportunidade para “filosofarmos”. Não, claro, com aquela filosofia dos jargões complicados e das variadas escolas, teorias exóticas e conceitos vagos e nebulosos, incompreensíveis à maioria. Mas com a simples, a ditada pela observação criteriosa dos fatos e madura reflexão sobre suas origens e conseqüências. Momento algum é mais apropriado para esse exercício racional do que o da passagem de um ano para outro. Ou seja, agora.
Não há quem não se ocupe, de uma forma ou outra, com o futuro. Essa preocupação, desde que moderada, é saudável e desejável. Contudo, é preciso ter em mente que o futuro não passa de abstração, de mero potencial, de simples vir a ser. Pode se concretizar rapidamente, transformando-se, em infinitésimos de segundo, no presente, como dissemos, ou pode nunca acontecer, em decorrência da nossa mortalidade. Sua matéria-prima, portanto, são os sonhos, as esperanças, as projeções da mente e da imaginação. A realidade é o momento presente, curtíssimo, mais rápido do que um piscar de olhos. E é, principalmente, o passado que, reitero, é caudaloso e extenso.
Há pessoas que garantem pensar no futuro – que nem sabem se terão (ninguém jamais sabe) – mas se esquecem das tarefas mais comezinhas, das obrigações mais simples do dia-a-dia. Descuidam de tudo: das finanças, dos amores, dos relacionamentos e até da saúde. Concentram-se, apenas, num eterno “amanhã”, que para elas nunca chega.
Trata-se, porém, de grave equívoco. Quem age dessa maneira, arruína a vida, sem sequer se dar conta. Compete-nos viver, da melhor maneira possível, um dia por vez, como se este viesse a ser o último. É a única forma honesta, sábia e eficaz de construir o futuro.
Encaramos esse porvir de formas diferentes, conforme nossa personalidade, formação ou circunstâncias. Para uns, ele é nebuloso e assustador. Para outros, é indiferente, por saberem que é desconhecido. Há, no entanto, os que o aguardam com confiança e gratidão, mesmo sem ter a mínima noção do que ele lhes reserva. Vêem, nele, sem-número de oportunidades e se preparam para aproveitar cada uma delas.
Claro que essa postura não é garantia para o sucesso. Ninguém tem certeza de como será seu amanhã, se feliz ou tormentoso. O que importa é a postura. Uma atitude de confiança valoriza e multiplica as eventuais alegrias que o porvir nos reserva e previne e atenua as tristezas e sofrimentos.
O futuro é o que ainda não existe, certo? Errado! Nem sempre é assim. Não, pelo menos, em relação ao segundo seguinte ao que estamos vivendo. É conseqüência do que fizemos no passado e do que estivermos fazendo agora. Não surge, como por encanto, do nada.
Nosso futuro estamos construindo a cada momento, mediante atos, empenho e predisposição do espírito. Se perdermos tempo com temores exacerbados, inúteis lamentações e manifestações de pessimismo e mau-humor, quando ele chegar, num piscar de olhos, será estéril, sem que tenhamos feito nada de útil e proveitoso para nós e para a espécie. O que você terá, pois, no futuro imediato, será conseqüência do que estiver elaborando agora, neste preciso instante.
A maneira de encarar esse tempo potencial, tanto do otimista, quanto do pessimista, é bastante parecida. Varia, apenas, de intensidade. O primeiro, por exemplo, tem “certeza” de que ele virá, e será brilhante e feliz, muito melhor que o presente. Já o segundo, manifesta, apenas, “esperança” que venha a ser assim.
Mas a mera preocupação com o futuro, mesmo que com otimismo, mas sem prévia ação, no sentido de construí-lo, achando que as coisas irão se concretizar por si sós, à nossa revelia, é uma estupidez sem tamanho. Se quisermos que nossos projetos se concretizem (e isso se os tivermos), reitero quantas vezes for necessário, temos que agir nesse sentido.
Precisamos estudar, trabalhar e nos preparar com método, organização e aplicação, dia a dia, anos a fio. Ainda assim, não há a menor certeza de sucesso (nunca há e para ninguém). Repito, pela milésima vez, o que já escrevi em inúmeras ocasiões: não temos sequer certeza de que amanheceremos vivos amanhã, quanto mais sobre os resultados dos nossos esforços num remoto e nebuloso futuro.
Todavia, se nos prepararmos adequadamente, se aprendermos todo o conhecimento a que tivermos acesso, nossas possibilidades de sucesso crescerão exponencialmente. O tão aguardado ou temido porvir será, pelo menos potencialmente, viável. Afinal, como constatou o filósofo inglês, Francis Bacon, “o futuro do homem está oculto em seu saber”. E, tenha certeza, pelo menos em termos potenciais, de fato, está. Portanto, caro leitor, feliz “metamorfose do futuro”! Feliz ano novo!
Pedro J. Bondaczuk
O futuro está na iminência de, mais uma vez, metamorfosear-se bem diante de nossos olhos. Vai se tornar, numa fração de tempo tão ínfima que não pode sequer ser mensurada, presente e, sem aviso ou delongas, em seguida, se consolidar em caudaloso e infinito passado. Em poucas horas, mais um ano ficará na lembrança, com o surgimento de um novo a nos desafiar a preenchê-lo de alegrias, sucessos e felicidade.
Essa é, pois, excelente oportunidade para “filosofarmos”. Não, claro, com aquela filosofia dos jargões complicados e das variadas escolas, teorias exóticas e conceitos vagos e nebulosos, incompreensíveis à maioria. Mas com a simples, a ditada pela observação criteriosa dos fatos e madura reflexão sobre suas origens e conseqüências. Momento algum é mais apropriado para esse exercício racional do que o da passagem de um ano para outro. Ou seja, agora.
Não há quem não se ocupe, de uma forma ou outra, com o futuro. Essa preocupação, desde que moderada, é saudável e desejável. Contudo, é preciso ter em mente que o futuro não passa de abstração, de mero potencial, de simples vir a ser. Pode se concretizar rapidamente, transformando-se, em infinitésimos de segundo, no presente, como dissemos, ou pode nunca acontecer, em decorrência da nossa mortalidade. Sua matéria-prima, portanto, são os sonhos, as esperanças, as projeções da mente e da imaginação. A realidade é o momento presente, curtíssimo, mais rápido do que um piscar de olhos. E é, principalmente, o passado que, reitero, é caudaloso e extenso.
Há pessoas que garantem pensar no futuro – que nem sabem se terão (ninguém jamais sabe) – mas se esquecem das tarefas mais comezinhas, das obrigações mais simples do dia-a-dia. Descuidam de tudo: das finanças, dos amores, dos relacionamentos e até da saúde. Concentram-se, apenas, num eterno “amanhã”, que para elas nunca chega.
Trata-se, porém, de grave equívoco. Quem age dessa maneira, arruína a vida, sem sequer se dar conta. Compete-nos viver, da melhor maneira possível, um dia por vez, como se este viesse a ser o último. É a única forma honesta, sábia e eficaz de construir o futuro.
Encaramos esse porvir de formas diferentes, conforme nossa personalidade, formação ou circunstâncias. Para uns, ele é nebuloso e assustador. Para outros, é indiferente, por saberem que é desconhecido. Há, no entanto, os que o aguardam com confiança e gratidão, mesmo sem ter a mínima noção do que ele lhes reserva. Vêem, nele, sem-número de oportunidades e se preparam para aproveitar cada uma delas.
Claro que essa postura não é garantia para o sucesso. Ninguém tem certeza de como será seu amanhã, se feliz ou tormentoso. O que importa é a postura. Uma atitude de confiança valoriza e multiplica as eventuais alegrias que o porvir nos reserva e previne e atenua as tristezas e sofrimentos.
O futuro é o que ainda não existe, certo? Errado! Nem sempre é assim. Não, pelo menos, em relação ao segundo seguinte ao que estamos vivendo. É conseqüência do que fizemos no passado e do que estivermos fazendo agora. Não surge, como por encanto, do nada.
Nosso futuro estamos construindo a cada momento, mediante atos, empenho e predisposição do espírito. Se perdermos tempo com temores exacerbados, inúteis lamentações e manifestações de pessimismo e mau-humor, quando ele chegar, num piscar de olhos, será estéril, sem que tenhamos feito nada de útil e proveitoso para nós e para a espécie. O que você terá, pois, no futuro imediato, será conseqüência do que estiver elaborando agora, neste preciso instante.
A maneira de encarar esse tempo potencial, tanto do otimista, quanto do pessimista, é bastante parecida. Varia, apenas, de intensidade. O primeiro, por exemplo, tem “certeza” de que ele virá, e será brilhante e feliz, muito melhor que o presente. Já o segundo, manifesta, apenas, “esperança” que venha a ser assim.
Mas a mera preocupação com o futuro, mesmo que com otimismo, mas sem prévia ação, no sentido de construí-lo, achando que as coisas irão se concretizar por si sós, à nossa revelia, é uma estupidez sem tamanho. Se quisermos que nossos projetos se concretizem (e isso se os tivermos), reitero quantas vezes for necessário, temos que agir nesse sentido.
Precisamos estudar, trabalhar e nos preparar com método, organização e aplicação, dia a dia, anos a fio. Ainda assim, não há a menor certeza de sucesso (nunca há e para ninguém). Repito, pela milésima vez, o que já escrevi em inúmeras ocasiões: não temos sequer certeza de que amanheceremos vivos amanhã, quanto mais sobre os resultados dos nossos esforços num remoto e nebuloso futuro.
Todavia, se nos prepararmos adequadamente, se aprendermos todo o conhecimento a que tivermos acesso, nossas possibilidades de sucesso crescerão exponencialmente. O tão aguardado ou temido porvir será, pelo menos potencialmente, viável. Afinal, como constatou o filósofo inglês, Francis Bacon, “o futuro do homem está oculto em seu saber”. E, tenha certeza, pelo menos em termos potenciais, de fato, está. Portanto, caro leitor, feliz “metamorfose do futuro”! Feliz ano novo!
No comments:
Post a Comment