

Eça de Queiroz acha que é sacrilégio experimentar satisfação no Natal, sabendo da existência de mazelas, injustiças e carências sociais mundo afora. Discordo! Melhor isso, do que nada. Escreve: "Nem eu sei realmente como a ceia faustosa possa saber bem, como o lume do salão possa aquecer, quando se considere que lá fora há quem regele e quem rilhe, a um canto triste, uma côdea de dois dias. É justamente nestas horas de festa íntima...que a alma se abre a sentimentos melhores de fraternidade e de simpatia universal, e que a consciência da miséria em que se debatem milhares de criaturas volta com uma amargura maior... Findas as consoadas, o egoísmo parte em desfilada, ninguém torna a pensar mais nos pobres... e a miséria continua a gemer ao seu canto". Não deixa de ser verdade, mas não precisa ser assim. Só depende de nós, para que o espírito de Natal se manifeste em todos os dias do ano, em todos os anos da nossa vida. Que tal tentar?!
No comments:
Post a Comment