Saturday, December 12, 2009




Colheita de estrelas

Pedro J. Bondaczuk

Saí, na madrugada do tempo,
a colher mil estrelas douradas
nos campos infinitos e de âmbar.

Corando, o dia se fez menino
e se manifestou, com magia:
em maviosos sons de paz e amor.

Colhi grandes, médias e pequenas,
agitadas, silentes, serenas,
tristes, alegres e até sem cor.

Saí, na mocidade, a colher
venturas, mas apenas colhi
filosofia, ciência e horror.

Na manhã infinda do universo
eu quero colher, eternamente,
estrelas, mil estrelas incógnitas

de sonhos, verdades e quimeras,
sem dores, tristezas e saudades.
Buquês de preciosos ideais
serão, sempre, as estrelas colhidas
na incrível madrugada do tempo!

(Poema composto em São Caetano do Sul, em 23 de junho de 1964).

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