Saturday, September 16, 2006
Quisera amar-te, donzela
Pedro J. Bondaczuk
Quisera amar-te, donzela,
com picardia e com calma,
amar-te com toda a alma
e com todos meus sentidos.
Com carinhos envolventes,
pois não somos inocentes,
da falsa moral despidos,
quisera amar-te, donzela.
Quisera amar-te, donzela
da forma que amo a poesia:
dia e noite, noite e dia,
numa ternura sem fim.
E se um dia tu pudesses,
se ardentemente quisesses
entregar-te para mim,
iria amar-te, donzela.
Iria amar-te, donzela.
Amar teu corpo dourado.
Viver em ti meu pecado,
doce pecado de amor!
Trocaria outras paixões
e outras tantas emoções,
por este teu corpo em flor.
Iria amar-te, donzela.
Quisera amar-te, donzela,
mas tu sabes que não posso
dispor do que não é nosso,
posto que não sou ladrão.
Meu fado é cruel, insano,
e eu nem sei se sou humano,
meu desejo é inútil, vão.
Quisera amar-te, donzela.
Quisera amar-te, donzela.
O destino é que não quer.
A dor é minha mulher,
não consigo mais ter paz.
Se canto, meu canto é triste,
de chorar, ninguém resiste
e eu já nem canto mais. Mas...
quisera amar-te, donzela.
(Poema composto em Campinas, em 16 de julho de 1967).
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