Saturday, September 02, 2006
Altar da lembrança
Pedro J. Bondaczuk
Sombras movem-se na parede
do quarto, à meia luz do abajur.
Silêncio! Amor infinito
reverenciado no altar da lembrança...
Carícias velhas...muito antigas
que o corpo nunca esqueceu.
Beijos arrebatadores
cujo sabor a boca
jamais deixou de guardar.
Perfume insinuante de mulher
que impregna as narinas
e reaviva os sentidos.
Amor total...infinito
(enquanto dura)...
Altar da lembrança.
Palavras, inúteis palavras.
Mentiras...promessas
sem substância,
impotente caveira...
Silêncio! A linguagem
do amor é muda..
.
Gramática dos sentidos...
Imagens...sensações...
fantasias... desejos...
saudades...recordações....
Silêncio! Amor eternizado
no altar da lembrança.
(Poema composto em Campinas, em 17 de novembro de 1995).
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