Saturday, December 04, 2010




Soneto à doce amada-XCVIII

Pedro J. Bondaczuk

Menina morena, que está na janela,
Musa inspiradora de tantos apelos,
recende a perfume de cravo e canela,
da noite, o negrume, teceu seus cabelos;

morena menina, corpo escultural,
inocência e malícia bailam no olhar,
Esfinge encantada: do bem ou do mal?
Induz-me ao dilema: amar ou pecar?

Sorriso sereno, tranqüila Gioconda,
embora discreta, rouba toda a cena,
mesmo que atrás da cortina se esconda

e dissimule sua beleza plena.
Donzela ou bacante? Por favor responda:
Quem é você, ó menininha morena?

Soneto composto em São Caetano do Sul, em 3 de dezembro de 1963.

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