Soneto à doce amada - LXX

Pedro J. Bondaczuk

Minha doce amada, o tempo desgasta
meu corpo cansado, e também reduz
meus cabelos (que embranquece e desbasta)
e dos meus olhos diminui a luz.

Mas às vezes, distraído, me esqueço
desta inexorável decrepitude.
O tempo é cruel e até nos ilude,
mas a coragem também tem um preço.

No momento, está curvado meu porte
em decorrência do peso dos anos,
das decepções, derrotas, desenganos.

Mas no meio da minha caminhada
eu volto a sentir-me altivo e forte
quando caio em seus braços, doce amada!

(Composto em Campinas, em 4 de maio de 2010)