Saturday, September 26, 2009

Soneto à doce amada - XLII


Pedro J. Bondaczuk

Você tão perto! Não poder tocá-la
quando o peito arde em fogueira imensa
e este ar embalsamado trescala
o suave aroma da sua presença...

Cabelos d'ouro, esvoaçando ao vento...
Um irônico sorriso lhe escapa
dos lábios, aumentando meu tormento
co' impacto rude de violento tapa...!

Você tão perto...Bah! Já estou tão farto
de esperanças inúteis, da ilusão
d'enfim petrificar meu coração...

Da tristeza sempre me descarto.
Procuro esquecê-la, mas tento em vão,
nesta fria solidão do meu quarto!

(Soneto composto em Campinas, em 16 de julho de 1967 e publicado na "Gazeta do Rio Pardo", em 21 de abril de 1968).

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