A paixão é como legítimo cavalo puro-sangue. Um animal desse tipo, forte, saudável e veloz, pode nos levar com mais rapidez e segurança a qualquer lugar que queiramos. Para isso, porém, é indispensável que seja domado. Se for xucro, nos derrubará da sela antes que sequer consigamos piscar. Para nos ser útil, é indispensável que estabeleçamos com o animal uma relação de mútua confiança, até mesmo de amizade. A paixão também é assim. Via de regra, é interpretada, somente, como súbita e fulminante atração por alguma pessoa do sexo oposto, que muitos chegam a confundir com o amor, embora não o seja. Pode, até, ter essa conotação, mas não exclusivamente. Há pessoas que só entendem determinados conceitos caso lhes sejam ensinados de maneira explícita e didática. E nem sempre os entendem. Não é a esse tipo de paixão, evidentemente, que me refiro. É mister que se lembre que ela pode ser definida como um comprometimento irrestrito e absoluto, sem dúvidas ou vacilações, com uma pessoa, uma idéia ou uma causa. Antes de montarmos, portanto, no dorso do tal puro-sangue, é indispensável que tenhamos completa certeza da excelência de quem ou do que queremos conquistar. Ou seja, temos que “domá-la”. Precisamos estar convictos sobre a direção que pretendemos seguir.
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