Saturday, September 19, 2009

Soneto à doce amada - XLI


Pedro J. Bondaczuk

Não, eu não temo mais o amanhã
envolto na ignorância e mistério.
Não temo o Tempo, carrancudo e sério,
mesmo sabendo que a Vida é vã.

Não! Não temo nada! Tristeza ou lida,
ou acertos, ou mesmo erros crassos,
pois quando caio, inteiro, em seus braços,
chego a esquecer-me, até mesmo, da Vida.

Embora eu saiba da sinistra ronda
do Tempo, que pressuroso se escoa,
e embora intensamente me doa

lançar questões, sem ter quem me responda,
ainda que às vezes negue, ou esconda,
eu só temo perder sua pessoa!!!


(Soneto composto em Campinas em 11 de fevereiro de 1967 e publicado no jornal "O Município", de São João da Boa Vista, em 28 de julho de 1971 e no "Jornal de Paulínia", em 20 de agosto de 1977).

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