O homem – em sentido genérico, ou seja, eu, você, fulano, sicrano, beltrano e, virtualmente, todos os que vivem, já viveram ou viverão um dia – está longe de se comportar como ser humano. É uma fera que anda sobre os dois pés, raciocina, fala, mas cujos atos são, guardadas as devidas proporções, típicos de qualquer outro animal. É um predador por excelência, com uma característica peculiar: é o único que depreda o meio em que vive. Essa afirmação sobre o homem pode até parecer paradoxal (não fôssemos um feixe de paradoxos), mas tem lá sua lógica. Nosso comportamento (salvo raras e honrosas exceções), ainda está tão distante do nosso potencial de inteligência, poder e bondade como a Terra está da constelação Alfa Centauro. Somos, ainda, escravos dos nossos hormônios (aquela nossa parte instintiva e animal, alheia à nossa vontade), em detrimento dos neurônios. Ou seja, a imensa maioria das nossas reações a determinados estímulos prende-se aos instintos e não à razão, que é o que nos distingue (ou deveria nos distinguir) dos demais seres vivos. Agimos, quase sempre, por impulsos (salvo raras exceções) e não sob o comando do raciocínio. Não exercitamos, pois, o livre-arbítrio, que tanto apregoamos. Ainda não sabemos optar entre o bem e o mal. Somos escravos das circunstâncias.
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