Causa-me intensa piedade, acompanhada de frustração, observar uma pessoa que tinha todo o potencial para se realizar na vida, conquistar sonhos, concretizar ideais e ser feliz, fracassar e se tornar inútil, maldosa, amarga e derrotada. Foram inúmeras as que vi se corromperem e se desviarem da boa rota, enveredando pelo caminho do vício ou do crime. Mais agudo, ainda, esse sentimento se torna quando constato que nada posso fazer para ajudar esse alguém que segue em direção ao abismo sem volta. Lamento, lamento muito minha incapacidade de convencimento e minha conseqüente desvalia. Estes versos de Fátima Boerchart, no poema “Estradas”, ilustram bem meus sentimentos face a situações como esta: “A mim não importam/se retas ou curvas/se curtas ou compridas./Não me importam/se sobem ou descem,/o que me importa/e realmente me dói/é a tristeza de ver/que muitos deixam suas lamas pelo caminho”.
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