Thursday, September 11, 2008

REFLEXÃO DO DIA


Julgar emoções alheias só por reações externas, como gestos, expressões e palavras, é inútil e não raro nos leva a cometer injustiças. Elogios enfáticos, por exemplo, que, muitas vezes, recebemos pelo que somos ou fazemos, nem sempre (ou quase nunca) refletem os reais sentimentos dos que elogiam. Não raro o que não diz nada, e que parece ter permanecido indiferente à nossa pessoa e nossos feitos, é exatamente o que mais os apreciou e valorizou. Anos depois, descobrimos isso. Mas já pode ser tarde para repararmos a injustiça de havermos pensado mal do nosso real admirador. O poeta dominicano, Fábio Fiallo, compôs estes versos, no poema “Menos eu”, que ilustram esta situação: “Deslumbradora de beleza e graça,/no átrio do templo apareceu,/e todos, à passagem, se inclinaram,/menos eu.//E tranqüilo, depois, indiferente,/à sua morada cada qual voltou,/e indiferentes vivem e tranqüilos,/todos, todos menos eu”.

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