Pedro J. Bondaczuk
Saí, um dia, garboso,
pelos campos abertos da noite
em busca do ideal antigo:
da minha lança de vento,
do meu escudo de vidro,
da minha espada de fogo
e do meu elmo de cristal.
Em meu cavalo alado,
com meu fiel escudeiro,
do meu castelo dourado,
em certo dia em saí.
Fui combater a quimera,
fui decapitar dragões
e batalhar pela justiça:
com minha lança de vento,
com meu escudo de vidro,
com minha espada de fogo
e com meu elmo de cristal.
Combati atros fantasmas,
derrubei muitos tiranos,
escravizei muitos bravos
e libertei vários escravos,
com a força da convicção
do meu coração ousado
e o inimitável poder
da minha lança de vento,
do meu escudo de vidro,
da minha espada de fogo
e do meu elmo de cristal.
De investida em investida,
empreendi tamanha lida
que cheguei a perder a vida.
Como fantasma, um dia, voltei,
triste, cansado, vencido,
ao meu castelo dourado
sem nada ter ou querer:
sem minha lança de vento,
sem meu escudo de vidro,
sem minha espada de fogo
e sem meu elmo de cristal.
Hoje, procuro um herdeiro,
outro audaz guerreiro,
corajoso e destemido,
que empunhe, com braço ousado,
a minha lança de vento,
o meu escudo de vidro,
a minha espada de fogo
e o meu elmo de cristal.
Lanço ao vento o meu repto.
Se algum poeta discreto,
ou mesmo um agente secreto,
quiser ocupar meu lugar,
empunhe as armas tão minhas:
a minha lança de vento,
o meu escudo de vidro,
a minha espada de fogo
e o meu elmo de cristal.
(Poema composto em Campinas, em 27 de outubro de 1968).
Saí, um dia, garboso,
pelos campos abertos da noite
em busca do ideal antigo:
da minha lança de vento,
do meu escudo de vidro,
da minha espada de fogo
e do meu elmo de cristal.
Em meu cavalo alado,
com meu fiel escudeiro,
do meu castelo dourado,
em certo dia em saí.
Fui combater a quimera,
fui decapitar dragões
e batalhar pela justiça:
com minha lança de vento,
com meu escudo de vidro,
com minha espada de fogo
e com meu elmo de cristal.
Combati atros fantasmas,
derrubei muitos tiranos,
escravizei muitos bravos
e libertei vários escravos,
com a força da convicção
do meu coração ousado
e o inimitável poder
da minha lança de vento,
do meu escudo de vidro,
da minha espada de fogo
e do meu elmo de cristal.
De investida em investida,
empreendi tamanha lida
que cheguei a perder a vida.
Como fantasma, um dia, voltei,
triste, cansado, vencido,
ao meu castelo dourado
sem nada ter ou querer:
sem minha lança de vento,
sem meu escudo de vidro,
sem minha espada de fogo
e sem meu elmo de cristal.
Hoje, procuro um herdeiro,
outro audaz guerreiro,
corajoso e destemido,
que empunhe, com braço ousado,
a minha lança de vento,
o meu escudo de vidro,
a minha espada de fogo
e o meu elmo de cristal.
Lanço ao vento o meu repto.
Se algum poeta discreto,
ou mesmo um agente secreto,
quiser ocupar meu lugar,
empunhe as armas tão minhas:
a minha lança de vento,
o meu escudo de vidro,
a minha espada de fogo
e o meu elmo de cristal.
(Poema composto em Campinas, em 27 de outubro de 1968).
No comments:
Post a Comment