Pedro J. Bondaczuk
Minha vida é um abismo
escuro, profundo e sem fim.
Vazia, instável, sem graça,
torta espiral de fumaça
a dançar, doida, no ar.
Círculos concêntricos do medo,
amores, que nada são,
fruto amargo e azedo,
arremedo de emoção.
Espinhos que contêm veneno,
mochos agourando desgraça,
efêmera, medrosa, pequena,
torta espiral de fumaça.
Temor constante, quase eterno,
abismo profundo, sem fim,
da velhice, que é o inverno
da vida, que passa a esmo.
Mas o meu medo mais forte
não é da dor ou da morte:
é o medo de mim mesmo!
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 16 de agosto de 1963).
Minha vida é um abismo
escuro, profundo e sem fim.
Vazia, instável, sem graça,
torta espiral de fumaça
a dançar, doida, no ar.
Círculos concêntricos do medo,
amores, que nada são,
fruto amargo e azedo,
arremedo de emoção.
Espinhos que contêm veneno,
mochos agourando desgraça,
efêmera, medrosa, pequena,
torta espiral de fumaça.
Temor constante, quase eterno,
abismo profundo, sem fim,
da velhice, que é o inverno
da vida, que passa a esmo.
Mas o meu medo mais forte
não é da dor ou da morte:
é o medo de mim mesmo!
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 16 de agosto de 1963).
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