Pedro J. Bondaczuk
O que é belo? O que é feio? Existe um padrão universal de beleza, um parâmetro infalível e consensual, que a defina, sem sombra de dúvidas? Não! Trata-se de um conceito sumamente subjetivo e vago, que não comporta definições. O povo, em sua sabedoria, cunhou até um chavão a respeito: “quem ama o feio, bonito lhe parece”.
Nem sempre formas perfeitas são o parâmetro único de beleza (embora seja um deles). No caso de pessoas, por exemplo, há muitas mulheres belíssimas exteriormente, mas que, na comparação com outras sem a mesma perfeição formal, perdem para elas por causa, digamos, de um sorriso bonito, de um olhar expressivo, de lábios bem-desenhados, de gestos graciosos ou por outros detalhes até mais sutis, porém perceptíveis instintivamente, da rival menos perfeita.
Suponhamos que haja vida inteligente em outros planetas e que os extraterrestres, um dia, nos visitem (ou sejam visitados por nós). Dificilmente, esses seres serão sequer parecidos conosco. Podem ter mais braços e pernas do que nós, seus sentidos podem não ser apenas os cinco dos humanos (ou, quem sabe, sejam menos) e a cor da sua pele talvez seja de uma tonalidade muito diferente da que estamos acostumados e que, por isso, consideramos “bela”.
Caso isso ocorra, para os nossos padrões de beleza, esses ETs nos parecerão, com certeza, horrendos, esquisitos, monstruosos. Mas como nós seriamos avaliados por eles? Provavelmente, da mesma forma como os avaliarmos. A mulher mais bonita da Terra, perfeitíssima em todas as formas, absolutamente proporcional em todas as medidas, pareceria, aos extraterrestres, igualmente uma criatura horrenda, caricata e monstruosa.
Deixando de lado essas abstrações – que provavelmente não passam de pura fantasia – (pois se existir vida em outros planetas, as distâncias que nos separam são de tal sorte, que podemos afirmar, com quase cem por cento de certeza, que jamais ocorrerá esse encontro), é fácil de concluir que o gosto estético é subjetivo. Varia de pessoa para pessoa e através do tempo.
Muitas coisas (e pessoas) que nossos antepassados consideravam belas hoje já não são consideradas dessa forma e vice-versa. O filósofo inglês do século XVIII, Edmund Burke, escreveu um livro precioso a respeito, intitulado “Uma investigação filosófica sobre a origem das nossas idéias do sublime e do belo” (Papirus Editora).
A propósito de outros aspectos da beleza, que não exclusivamente a forma, escreveu: “Para compor uma beleza humana perfeita e realçar seu efeito, o rosto deve refletir uma benevolência e uma afabilidade que se harmonizem com a delicadeza, a suavidade e a fragilidade da forma exterior”.
O belo, portanto, para ser consensual, deve aliar, à perfeição das formas (quando possível), o que chamo de “graça”. Isso é válido tanto para pessoas, quanto para coisas, paisagens e até sons. O que para uns não passa, por exemplo, de uma algaravia sem sentido de ruídos desconexos e até ensurdecedores, para outros pode ser percebida como a música dos anjos, como o que há de mais harmonioso e inspirador no universo.
E como definir o conceito de graça? Talvez como sutileza, irradiação, charme, simpatia ou “it”, como se dizia antigamente. Em suma, escrevi, escrevi e escrevi e não cheguei a nenhuma conclusão definitiva sobre o que é belo e o que é feio. Contudo, por intuição, certamente, o leitor inteligente já terá estabelecido, há muito, seu parâmetro pessoal para esses conceitos.
O escritor italiano Paolo Mantegazza escreveu o seguinte a respeito: “A graça é o esplendor da beleza, é a beleza em movimento e moça, é o sorriso da infância, é a bondade da força, é o perfume do fruto saboroso, é a elegância da palmeira que se curva, ondeando, às carícias do vento; a graça é a poesia da beleza”.
Felicíssima, no meu entender, essa definição! Por verdadeira é, também, poética e bela. De fato, a graça é o esplendor da beleza, é seu encanto, sua magia, seu complemento e sua poesia. Para mim, é o que basta.
O que é belo? O que é feio? Existe um padrão universal de beleza, um parâmetro infalível e consensual, que a defina, sem sombra de dúvidas? Não! Trata-se de um conceito sumamente subjetivo e vago, que não comporta definições. O povo, em sua sabedoria, cunhou até um chavão a respeito: “quem ama o feio, bonito lhe parece”.
Nem sempre formas perfeitas são o parâmetro único de beleza (embora seja um deles). No caso de pessoas, por exemplo, há muitas mulheres belíssimas exteriormente, mas que, na comparação com outras sem a mesma perfeição formal, perdem para elas por causa, digamos, de um sorriso bonito, de um olhar expressivo, de lábios bem-desenhados, de gestos graciosos ou por outros detalhes até mais sutis, porém perceptíveis instintivamente, da rival menos perfeita.
Suponhamos que haja vida inteligente em outros planetas e que os extraterrestres, um dia, nos visitem (ou sejam visitados por nós). Dificilmente, esses seres serão sequer parecidos conosco. Podem ter mais braços e pernas do que nós, seus sentidos podem não ser apenas os cinco dos humanos (ou, quem sabe, sejam menos) e a cor da sua pele talvez seja de uma tonalidade muito diferente da que estamos acostumados e que, por isso, consideramos “bela”.
Caso isso ocorra, para os nossos padrões de beleza, esses ETs nos parecerão, com certeza, horrendos, esquisitos, monstruosos. Mas como nós seriamos avaliados por eles? Provavelmente, da mesma forma como os avaliarmos. A mulher mais bonita da Terra, perfeitíssima em todas as formas, absolutamente proporcional em todas as medidas, pareceria, aos extraterrestres, igualmente uma criatura horrenda, caricata e monstruosa.
Deixando de lado essas abstrações – que provavelmente não passam de pura fantasia – (pois se existir vida em outros planetas, as distâncias que nos separam são de tal sorte, que podemos afirmar, com quase cem por cento de certeza, que jamais ocorrerá esse encontro), é fácil de concluir que o gosto estético é subjetivo. Varia de pessoa para pessoa e através do tempo.
Muitas coisas (e pessoas) que nossos antepassados consideravam belas hoje já não são consideradas dessa forma e vice-versa. O filósofo inglês do século XVIII, Edmund Burke, escreveu um livro precioso a respeito, intitulado “Uma investigação filosófica sobre a origem das nossas idéias do sublime e do belo” (Papirus Editora).
A propósito de outros aspectos da beleza, que não exclusivamente a forma, escreveu: “Para compor uma beleza humana perfeita e realçar seu efeito, o rosto deve refletir uma benevolência e uma afabilidade que se harmonizem com a delicadeza, a suavidade e a fragilidade da forma exterior”.
O belo, portanto, para ser consensual, deve aliar, à perfeição das formas (quando possível), o que chamo de “graça”. Isso é válido tanto para pessoas, quanto para coisas, paisagens e até sons. O que para uns não passa, por exemplo, de uma algaravia sem sentido de ruídos desconexos e até ensurdecedores, para outros pode ser percebida como a música dos anjos, como o que há de mais harmonioso e inspirador no universo.
E como definir o conceito de graça? Talvez como sutileza, irradiação, charme, simpatia ou “it”, como se dizia antigamente. Em suma, escrevi, escrevi e escrevi e não cheguei a nenhuma conclusão definitiva sobre o que é belo e o que é feio. Contudo, por intuição, certamente, o leitor inteligente já terá estabelecido, há muito, seu parâmetro pessoal para esses conceitos.
O escritor italiano Paolo Mantegazza escreveu o seguinte a respeito: “A graça é o esplendor da beleza, é a beleza em movimento e moça, é o sorriso da infância, é a bondade da força, é o perfume do fruto saboroso, é a elegância da palmeira que se curva, ondeando, às carícias do vento; a graça é a poesia da beleza”.
Felicíssima, no meu entender, essa definição! Por verdadeira é, também, poética e bela. De fato, a graça é o esplendor da beleza, é seu encanto, sua magia, seu complemento e sua poesia. Para mim, é o que basta.
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