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Os pressupostos em que se baseia a civilização não resistem à mínima análise. Disfarçada sob tênue camada de verniz civilizatório, o que ainda impera é a lei da selva: a prevalência do mais forte sobre o mais fraco. A riqueza é o disfarce que se usa para dissimular a força bruta. Hoje não é o indivíduo com maior massa muscular, ou mais perito no manejo de armas, o que prevalece sobre os que lhe são mais frágeis ou indefesos. É o rico. É o que pode "comprar" essa montanha de músculos, ou essa máquina de coagir e matar, para impor e assegurar os seus interesses. E a maioria, consciente ou inconscientemente, apóia tal sistema. A sociedade atual, tirando os recursos tecnológicos que facilitam a vida de milhões (vedados a dois terços da humanidade, que vegetam sob o espectro da fome, sem acesso à educação, moradia, saúde e segurança), é a reprodução fidelíssima do inferno, pintado por furibundos pregadores do passado.
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