É possível sermos criativos com a admissão pública das nossas vulnerabilidades. Há formas de fazer essa revelação sem que precisemos nos humilhar. A literatura presta-se bem a isso. Podemos projetar, por exemplo, nossas deficiências, físicas, mentais, morais, culturais ou comportamentais em um ou mais personagens de conto, novela, romance ou peça teatral que nosso talento nos possibilite produzir. Por isso que é quase consenso entre os escritores que escrever é, antes de tudo, um ato de coragem. É estar disposto a desnudar-se espiritualmente perante estranhos, a maioria dos quais jamais viremos a conhecer pessoalmente. Trata-se, acima de tudo, de um maiúsculo gesto de generosidade para com o próximo.
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